9 de janeiro de 2012

Nuvens



O viver humano sempre envolve alguns percalços.

De quando em quando, o homem é confrontado com problemas e desafios.

São dificuldades financeiras, problemas profissionais, doenças e desentendimentos os mais diversos.

Por vezes, alguns sonhos longamente acalentados não se realizam.

Relacionamentos amorosos fracassam ou não se concretizam.

Ou a profissão idealizada se revela mais difícil do que parecia.

Todas essas dificuldades e frustrações podem se assemelhar a nuvens que pairam sobre os destinos humanos.

O homem, quase sempre, tem a mente absorvida na contemplação dessas nuvens que surgem no horizonte.

Com frequência, em face de tais eventos, ele se desespera e envenena as fontes da própria vida.

Desejaria, invariavelmente, um céu azul a distância, um sol brilhante no dia e luminosas estrelas que lhe embelezassem a noite.

No entanto, aparece a nuvem e a perplexidade o toma, de súbito.

Não raro, nessas oportunidades chega a duvidar da bondade Divina.

Ocorre que o Evangelho conta a formosa história de uma nuvem.

Trata-se da célebre passagem na qual Jesus se transfigurou na presença de Pedro, Tiago e João.

Segundo a narrativa evangélica, enquanto orava, o 

Cristo assumiu aparência radiosa e resplandecente.

Apareceram-lhe ao lado as figuras de Moisés e Elias, com quem conversou.

Os Apóstolos ficaram deslumbrados com tamanho espetáculo de luz e grandeza espiritual.

Eis, porém, que uma grande sombra comparece.

Eles não mais conseguem distinguir o maravilhoso quadro, em razão da nuvem que os cobriu.

Todavia, do manto de névoa espessa, clama a voz poderosa da revelação divina: "Este é o meu amado filho. a ele ouvi."

Manifestava-se a palavra do céu, na sombra temporária.

Essa linda passagem merece detida reflexão.

A existência terrestre, efetivamente, impõe angústias inquietantes e aflições amargosas.

Contudo, é conveniente que as criaturas guardem serenidade e confiança, nos momentos difíceis.

As penas e os dissabores da luta planetária contêm esclarecimentos profundos.

Elas trazem lições ocultas e apelos grandiosos.

A voz sábia e amorosa de Deus sempre fala por meio delas.

As dores do mundo revelam o que cada um ainda precisa trabalhar em si.

Funcionam como convites a prestar atenção no que realmente importa.

Todas as conquistas materiais passam.

Todas as glórias terrenas se extinguem.

Mas a resignação, a paciência, a compaixão e a fé desenvolvidas no sereno enfrentamento de adversidades constituem tesouros eternos.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 32, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 30.12.2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário