24 de maio de 2012

Caminhando com Jesus na Casa Espírita



Escreverei hoje direcionando  as reflexões aos amigos Espíritas, que estão integrados às tarefas no Centro Espírita. Doutrina consoladora e esclarecedora do pensamento Crístico por excelência, o Espiritismo, mais do que uma filosofia, uma ciência é uma proposta de viver, uma direção existência que se consubstancia na moral do Cristo. 

O seu aspecto religioso, no sentido do religare, da conexão com o Pai e com as Leis Universais prevalece, não obstante tudo nesta Doutrina de Amor se integre, se entrelace. É ciência, é filosofia, mas sobretudo é proposta de renovação íntima. A moral Crística, que sintetiza as Leis Universais, ilumina os aspectos científicos e filosóficos nos quais se alicerçam a Doutrina dos Espíritos, sem a qual  toda a ciência e filosofia do mundo serão árvores sem seiva,  figueiras secas e, por conseguinte, não resistirão à poeira do tempo.

Integrados, por misericórdia Divina, hoje nas hostes espíritas, com permissão para realizar tarefas neste ambiente privilegiado de acolhimento, cuidados e esclarecimentos da multidão sofredora que aporta diariamente nas Casas Espíritas, precisamos entabular esforço  para  diluir em nossa forma de agir e servir as forças do ego dominador, as antigas pulsões de dominação, de competição e  o ancião  desejo de segregar, de excluir e desvalorizar o outro.

Não há a "minha tarefa", "o meu trabalho", "o meu espaço". Há, sim, a urgência de servir esquecendo-se de si mesmo, a oportunidade de reajustar-se, de aprender, de mobilizar esforço de mudança íntima por meio do  serviço  espírita. Há responsabilidades delegadas e precisamos entender que sem  as balizas do amor, do perdão e da humildade qualquer tarefa perde sua claridade, seu condão iluminativo e passa a ser mera repetição dos enganos transatos. 

Quer dizer, estamos na Casa Espírita, hoje espíritas, mas sem o Cristo no coração, repetindo os mesmos equívocos que desde alhures nos aprisionam aos círculos de dor. O que é lamentável, sobremaneira para nosso pobre espírito que deverá dar conta da atual administração dos recursos divinos recebidos.

Toda tarefa marcada pelo personalismo, pela atitude egóica tenderá para a desagregação. Se há necessidade de dividir e delegar funções, isso se dá por questões práticas e organizacionais, mas o serviço espírita é um todo, inclusive,  cada centro espírita, servindo com amor e fidelidade à causa espírita  é um posto de trabalho de Jesus.   

Dessa forma, se um determinado grupo de trabalho ou personalidade intenta prevalecer e subjugar as demais, ela mesma se enfraquece, pois o que nos dar forças é a união psíquica de todas as partes. Ninguém ganha quando um sonho de serviço e amor é destruído.

Portando devemos sempre estar a nos questionar  sobre o que Jesus faria, como Ele se conduziria em determinada situação.Procurar conhecer as bases emocionais que  incidem na nossa forma de ver os companheiros de trabalho. Educar e renovar os nossos sentimentos, por meio da prece e do diálogo fraterno. 

Buscar calar na alma tudo o que nos faz ver no irmão de serviço espírita um algoz, um inimigo. É terrível isso, mas acontece! Despersonalizar  o serviço, valorizar a todos, incentivar a todos, cooperar com  o serviço do outro nem que seja com uma prece e com um olhar de valorização. Procurar entender o momento de vida de cada um e empatizar.  

Não conseguiremos esse intento se não procurarmos analisar quais são as emoções que estão balizando nossas atitudes dentro do serviço, seja ele qual for.  

Enquanto estivermos localizando a análise das questões que nos afligem na conduta do outro, sem procurar enxergar em nossa conduta os equívocos que promovem a desarmonia, enquanto procurarmos culpados e o rancor balizar nossa atitude, estaremos muito distantes do Amigo Divino e continuaremos servindo a Mamon. 

A tarefa espírita não se presta ao culto de nossas mofadas vaidades, mas à humilde devoção ao próximo que nos permite, por meio   do trabalho, a renovação e o realinhamento de nosso  pobre espírito  às Leis Divinas.

Por isso, amigo, controla as nascentes  do teu coração. Vincula-te com humildade a Jesus por meio do trabalho. 
Se necessário for esgarçar as fímbrias do teu orgulho pessoal, assim faz sem hesitar. Que importância tem o juízo dos homens?Se necessário for ocupar os últimos lugares, ocupa feliz, pois quem sabe ser o menor é o maior e aquele que não sabe ser menor muito caminhará ainda para ser maior.

Silencia qualquer palavra que desabone o companheiro. 

Acaso este em equívoco, antes ora por ele para que desperte e se possível entabula conversação amistosa que o ajude a renovar-se. Vigia tua conduta, antes de vigiar a do outro. Repara se estas sendo amigo, se estas sendo compreensivo, se estás fazendo ao companheiro todo bem que podes fazer.

Perdoa, antes de desejar ser perdoado; entende, antes de desejar ser entendido. Sê tu um sendal de luzes, caminhando com o Cristo sempre.  

Por:Nane
Fonte Rede amigo Espírita.

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