4 de maio de 2012

Corpo presente, pensamento ausente...




Gustavo estava no centro espírita, porém seu pensamento caminhava pelo escritório, o que fez com que perdesse as partes mais interessantes abordadas pelo orador na palestra da noite. Mariana fazia o almoço em sua casa, mas sua cabeça andava muito longe dali, mais precisamente no trabalho que executaria na faculdade horas mais tarde, por isso não percebeu quando o arroz queimou. Jonas reunira-se com os amigos, mas não prestara atenção em nada do que fora conversado aquela noite, isso ocorreu porque a tela mental de Jonas viajava por uma outra roda de amigos, totalmente diferente daquela em que ele se encontrava. Três pessoas diferentes, três situações semelhantes: corpo presente, pensamento ausente.
  Quantas vezes isto ocorre conosco? Quantas vezes estamos num local mas nosso pensamento está em outro a milhares de quilômetros dali?  São questões que muitas vezes nos passam despercebidas e não paramos para refletir na importância de estarmos de corpo e alma onde quer que estejamos. Para efeito de estudo ampliemos um pouco mais o tema. Não estaremos mais sozinhos, mas integrados num ambiente onde várias pessoas se reúnem para objetivos comuns. Vejamos: imaginemos que numa reunião mediúnica, por exemplo, não apenas um indivíduo, mas a metade deles está ali só de corpo presente, com o pensamento em descompasso dos objetivos da reunião. Será que a reunião obterá o mesmo êxito do que se todos estiverem conectados e vibrando no mesmo diapasão? A resposta está fácil: Não! A reunião não terá o mesmo sucesso porque parte de seus integrantes está ali apenas de corpo presente, mas o pensamento ausente.
A força do pensamento é ampliada sempre pelo número de pessoas que o alimentem e sustentem. Logo, quanto mais pessoas estiverem comungando os mesmos propósitos, mais força ele terá.

Observemos que este comentário foi feito em relação à reunião mediúnica, todavia podemos aplicá-lo dentro de qualquer campo de atuação em que uma assembléia de pessoas se reúne para tratar de determinado tema. Kardec, na Revista Espírita de dezembro de 1868 tece valiosos comentários sobre a importância da comunhão de pensamentos, ou seja, sobre a relevância de estarmos sintonizados com os propósitos a que se propõe o grupo que nos ligamos.

E, como sempre, o Codificador constrói uma interessante analogia ao comparar uma assembléia de pessoas a uma orquestra em que cada integrante é responsável por uma nota, de modo que se os integrantes da orquestra produzirem um som harmônico a impressão será agradável, todavia se os sons forem discordantes a impressão será penosa. O mesmo, pois, ocorre com o pensamento. Se o pensamento do grupo está afinado os objetivos serão atingidos, porém se os pensamentos estiverem viajando por terras estranhas o sucesso não virá.

Compreendemos, então, a importância de estarmos de corpo e alma num local para que a harmonia reine e obtenhamos resultados melhores não apenas em termos individuais, mas também sob o aspecto coletivo.

Seja na reunião mediúnica, no escritório, em casa ou qualquer outro local é fundamental mantermos nosso pensamento junto ao corpo, a fim de que sozinhos ou em grupo consigamos atingir os objetivos que foram traçados.
   

Pensemos nisso.

Artigo publicado originalmente no Jornal Momento Espírita, do Centro Espírita Amor e Caridade – Bauru SP – www.radioceac.com.br  
Wellington Balbo – Bauru SP

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