5 de junho de 2012

Quem foi André Luiz?


Depoimento de Hércio M. C. Arantes:

Na década de 60, quando estudava a série das obras de André Luiz, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, naturalmente entusiasmado com a riqueza de suas informações, colhidas em estágios realizados em vários setores de aprendizagem de Mais Além, e transmitidas com atraente descrição romanceada, também tive, como muitos confrades, a curiosidade de saber quem era o autor, desencarnado há poucas décadas, que se ocultava com aquele pseudônimo.

Essa curiosidade foi aguçada por uma observação da revista Reformador, que, ao divulgar o lançamento de mais uma obra de André Luiz, pela Federação Espírita Brasileira (FEB), identificou-o como um ilustre médico do Rio de Janeiro.

Passei, então, a pesquisar sua identidade, consultando biografias de vultos da Medicina brasileira, embora lembrando sempre a advertência de Emmanuel, conforme se lê em seu prefácio para o livro Nosso Lar, o primeiro da série: “Embalde os companheiros encarnados procurariam o médico André Luiz nos catálogos da convenção. Por vezes, o anonimato é filho do legítimo entendimento e do verdadeiro amor.”

Confirmando a advertência do sábio guia espiritual do médium, minhas pesquisas foram infrutíferas. Elas indicavam, como o autor mais provável, o Dr. Álvaro Alvim (1863-1928), que escreveu vários livros médicos e foi mártir da Medicina brasileira. Alguns dados biográficos e a sua fisionomia, estampada na Enciclopédia Lello Universal, levavam a essa hipótese, que não satisfazia o nosso objetivo.

Citei a fisionomia porque a imagem de André Luiz já havia sido divulgada pelo Anuário Espírita 1964, que a apresentou juntamente com a entrevista desse espírito através dos médiuns Francisco C. Xavier e Waldo Vieira. Após essa entrevista, realizada em Uberaba (MG), em 1963, com a presença do devotado confrade Jô (Joaquim Alves, S. Paulo, SP, 1911-1985), autor de numerosas capas de livros espíritas, esse conhecido artista solicitou ao dr. Waldo um esboço da imagem de André Luiz, fundamentado em sua clarividência. Atendido em seu pedido, em face de sua facilidade para desenhar, Jô efetuou a arte-final daquele retrato.

Portanto, não encontrando uma solução clara para a questão, na primeira oportunidade recorri ao médium amigo Chico Xavier, participando-lhe minha pesquisa. Ele, como sempre, ouviu-me pacientemente, e, a seguir, esclareceu-me de forma incisiva: “Não perca tempo, pois a biografia de André Luiz, em Nosso Lar, está toda truncada.”

Com essa oportuna advertência, encerrei definitivamente minhas pesquisas, entendendo que havia, de fato, razões seriíssimas para o autor se ocultar, não só com o seu pseudônimo, mas também alterando sua própria biografia, sem nenhum prejuízo na transmissão dos ensinamentos superiores dos quais era portador.

Finalmente, o médium elucida-nos completamente

Em 20 de fevereiro de 1993, num fim de semana, ao visitar o estimado médium Chico Xavier, em sua residência, tivemos uma surpresa feliz.

Juntamente com três familiares – esposa Maria de Nazareth, nosso filho Hélio Ricardo e tio Hélio – entramos na copa de sua casa, local habitual em que ele recebia os visitantes, encontrando-o assentado, em palestra com alguns confrades, dentre eles, Dorival Sortino, presidente das Casas Fraternais O Nazareno, de Santo André (SP), e um médico, já idoso, do Rio Grande do Sul, que integrou a última turma de alunos do Dr. Carlos Chagas, no Rio de Janeiro. Este, quando residia nos Estados Unidos, teria auxiliado o médium quando em uma de suas viagens àquele país.

Logo depois que chegamos, Chico e o médico passaram a dialogar sobre a figura do professor Dr. Carlos Chagas (1879-1934), médico e cientista brasileiro que se tornou célebre por estabelecer, sozinho e simultaneamente, a etiologia, características patológicas e prevenção de uma nova e grave enfermidade, que em sua homenagem foi denominada doença de Chagas.

A certa altura da conversa, Chico abordou uma questão, que muito me surpreendeu, pois o seu esclarecimento nunca havia sido divulgado. Nesse momento, passamos a anotar a sua fala, como sempre fazíamos, eu e minha esposa, quando ouvíamos algo mais interessante do querido médium. Contou-nos, então, com naturalidade, que, ao terminar a psicografia do livro Nosso Lar, esperava que o seu autor usasse o seu próprio nome da última encarnação. Mas, para sua surpresa, certa noite, estando em desdobramento espiritual, mantendo um diálogo com Dr. Chagas, foi informado de que, para não criar problemas ao médium, ele usaria um pseudônimo. E, dentro de um ano, Chico entenderia melhor essa decisão.

A seguir, Chico perguntou-lhe qual pseudônimo ele usaria. Então o autor olhou para o irmão do médium, chamado André Luiz, que dormia na cama ao lado, e disse-lhe que usaria o nome dele. E assim foi feito.

A primeira edição do Nosso Lar foi lançada, pela FEB, em 1944, com prefácio de Emmanuel, datado de 3 de outubro de 1943. E o que aconteceria no próximo ano?

Em 1944, a sra. viúva do renomado escritor Humberto de Campos (1886-1935) pleiteou na Justiça os direitos autorais das obras mediúnicas de Humberto de Campos (espírito) recebidas por Francisco C. Xavier e editadas pela FEB. Surgiu, então, “o caso Humberto de Campos”, caracterizado como escândalo pela grande imprensa. A propósito, disse-nos o Chico: “Foi horrível por causa do alarme da imprensa.” (Ver depoimento do médium em Chico Xavier – o Apóstolo da Fé, Carlos A. Baccelli, LEEPP, 2002, cap. Chico, 89 primaveras!)

Após longa trajetória, o processo chegou ao fim com a absolvição dos réus: o médium e a editora. A partir dessa época, Humberto de Campos, espírito, passou a usar o pseudônimo de Irmão X em seus livros psicografados.

Portanto, é fácil entender a preocupação do dr. Carlos Chagas (André Luiz) em não se identificar como autor de Nosso Lar, que, segundo a programação superior, representava o marco inicial de uma longa série de livros. Era necessário que, além do pseudônimo, o autor espiritual não fosse, de forma alguma, identificado, graças à providência de truncar dados de sua vida, sem afetar o elevado conteúdo da obra.

Meses após a identificação feita por Chico Xavier, adquirimos dois volumes do livro Meu pai, recentemente lançado pela Casa de Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, RJ, em 1993, rica biografia do cientista Carlos Chagas, fartamente ilustrado, com 294 páginas, de autoria de Carlos Chagas Filho (1911-2000), igualmente cientista famoso, pesquisador honorário da Fundação Oswaldo Cruz, membro da Academia Brasileira de Letras, destacando-se também como presidente da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano, no período de 1971 a 1988.

A compra de dois volumes foi com a intenção de também presentear o médium amigo de Uberaba, com um dos dois volumes, o que fizemos na primeira oportunidade. Ao entregar-lhe o livro, Chico agradeceu-nos e, após analisar atentamente a capa do mesmo, ilustrada com a imagem do Dr. Carlos Chagas, em bela aquarela de Glauco Rodrigues, disse-nos: “– Parece com ele.”, evidentemente referindo-se à semelhança da fisionomia do biografado com André Luiz, espírito.

“Recordações de meu pai” – um perfil de Carlos Chagas

O último capítulo da obra acima citada (que apresenta a expressiva dedicatória: “A Evandro, meu irmão, cujo espírito me acompanhou na elaboração deste trabalho.”) focaliza as recordações íntimas do autor, constituindo um belo perfil da personalidade de seu genitor, do qual transcrevemos, a seguir, alguns tópicos:  

“De seu último período em Manguinhos, guardo a recordação de nossas conversas. Eram horas e horas em que ficava a escutá-lo e, pelas suas palavras, pude penetrar em grande parte de sua alma e conhecer episódios de sua vida. Foi o momento no qual, certamente, mais procurou influir em mim e formar a minha personalidade, contando-me sobretudo os erros – tão poucos! – que cometera. Ensinou-me a difícil tarefa de compreender as gentes e amá-las.”  
“Guardo de meu pai a certeza de que era um homem simples, no que a palavra tem de mais autêntico. Honrarias, louvações e atitudes de subserviência nada lhe diziam. Sendo um homem forte, queria que os que o acompanhasse assim fossem e não aceitassem suas palavras como irrebatíveis.

Sua indiferença frente dos aspectos materiais da vida era total, a não ser a pequena vaidade de gostar de vestir-se com esmero, vaidade que aos poucos foi desaparecendo. Quando morreu não deixou bens, senão a casa da rua Paissandu.”  

“Várias vezes procurei saber qual a sua posição em face da religião. Mostrou-se sempre avesso a esse debate. Creio que o seu espírito se dividia entre a profunda religiosidade de sua mãe e de seus tios – muitos dos quais sempre de terço na mão – e o agnosticismo, que era a tônica de grande maioria dos cientistas de sua geração. Profundamente respeitador do sentimento alheio, nunca o ouvi discutir este assunto, nem dizer uma frase de mínimo desacordo com o fato de que, a partir de um certo momento, comecei a frequentar a igreja. Não importa tentar perquirir a intimidade de seu sentimento religioso. O importante é assinalar que a sua vida se completou dentro dos preceitos mais fundamentais do Evangelho.”

“Meu pai não foi um cientista acadêmico, um homem de laboratório, interessado somente no seu próprio progresso intelectual e na ascensão do seu reconhecimento internacional. O que desejou, na verdade, foi servir o povo brasileiro, tirando do seu convívio com os filhos dos colonos das fazendas em que viveu, com as agentes com quem conviveu em Lassance e com aqueles que amou na bacia amazônica a força para entregar-se ao que há de demais

importante na vida de um homem: não viver para si, mas viver para servir o seu próximo. Analisando a vida de meu pai, penso que ele nos deixa uma grande mensagem: a de que a vida humana só tem significação quando utilizada para servir. Essa é a lição que ele aprendeu na frequência da miséria que viu em Minas, na Amazônia e um pouco por todo o Brasil.”

“Até mesmo quando, no ano de sua morte, Gustavo Pitaluga, chefiando um grupo de patologista europeus, escreveu-lhe pedindo todas as suas publicações e o seu currículo para apresentá-lo como candidato ao prêmio Nobel de 1936, sua emoção não chegou a modificar-lhe o clima de vida, nem mesmo suas aspirações. Seu interesse pelos de menor situação na sociedade traduzia-se, perfeitamente, na maneira suave e carinhosa com a qual se aproximava dos pacientes nos hospitais que o vi frequentar. Para ele, cada ser humano tinha uma expressão própria que devia ser respeitada no mais profundo sentido ético que tem o substantivo “ser”. Sua vida pode traduzir-se pela oposição que deu ao “ser” em relação ao “haver”.”

“Quando cheguei a Lassance, 21 anos depois do momento em que meu pai descobriu a doença de Chagas, as histórias de sua devoção aos enfermos e de sua preocupação com os pobres com quem se avistava era a moeda mais corrente dos entretenimentos que tive da parte da população que tão bem se lembrava dele.”

“Durante o exercício da medicina, na ocasião de sua instalação, pouco duradoura, na rua da Assembleia, muitas vezes – como já foi assinalado – tirava do seu bolso a soma necessária para pagar a receita que prescrevera na consulta, a mais das vezes nem cobrada. Não por uma injustificável soberba, mas porque achava que a medicina devia ser exercida gratuitamente. (...) Chagas era um homem devotado ao seu semelhante, qualquer que fosse a sua situação social ou econômica. Entretanto, o dinheiro que não recebia dos pacientes, ou que lhes dava para aviamento da receita, faltava, às vezes, fortemente, ao orçamento doméstico.”


Estas “recordações” representam um expressivo coroamento da extensa e rica biografia que recebeu o título carinhoso de Meu pai. Revelam-nos o homem virtuoso que cumpriu elevada missão na Terra, pautando sua vida à luz do Evangelho. Portanto, ele estava preparado para desempenhar nova e sublime tarefa, sob as bênçãos de Jesus, que se iniciou com o livro Nosso lar, utilizando-se o pseudônimo André Luiz.



Fonte: Mediunidade na Bíblia, Editora Ide | Autor: Hércio M. C. Arantes | Junho, 2006. | p. 187-194 | Inserida no Anuário Espírita de 2004 - IDE - Araras

Recentemente, esta revelação foi feita pelo Dr. Inácio Ferreira (espírito) em sua obra Na próxima dimensão, psicografada pelo médium Carlos A. Baccelli:

- (…) um dia fui Carlos Chagas (…)

-Você não era Osvaldo Cruz?… – indaguei sem vacilar.

- Não!…

- E por qual motivo não se identificou desde o início?

- A obra do médium Xavier não necessitava do meu nome para lhe conferir credibilidade e, depois, precisávamos evitar maiores problemas para a Doutrina…

- Está se referindo ao caso envolvendo a família do escritor Humberto de Campos?

- A ele e ao estardalhaço que a imprensa leiga haveria de promover; se próprio Emmanuel constitui pseudônimo, porque eu não poderia ter feito o mesmo?…” (Cap. 33)

Waldo Vieira Confirma: André Luiz foi Carlos Chagas!  

Em depoimento dado no dia 21 de Julho de 2010, O Dr. Waldo Vieira confirma ter sido André Luiz O Pseudônimo do Dr. Carlos Chagas – E não, como muitos acreditam, Osvaldo Cruz Ou Faustino Esposel.

“Circula, na Internet, a informação que o senhor confirmou ao Sr. Osmar Ramos Filho que a “consciex” André Luiz foi o médico carioca Faustino Esposel… – Não! Isso é invenção! Besteira! Não tem nada que ver com isso! – Como eu assisti a uma conferência sua na antiga sede do IPC, na Rua Santo Amaro – então! – em que o senhor afirmou ser André Luiz o Carlos Chagas, gostaria que o senhor esclarecesse.

Afinal, para o senhor, quem foi André Luiz?”

- Olha aqui. Vamos clarear isso de uma vez por todas. Existem dezenas de besteirada aí na Internet, falando a meu respeito, coisa que eu nem sei o que é (…). Eu já expliquei isso há muito tempo.

A primeira coisa – vamos falar o que era o caso de Carlos Chagas.

O filho do Carlos Chagas, que era o Carlos Chagas Filho, ele era o cientista-mór, durante vários anos, do Departamento de Ciência do Vaticano. Como é que a gente ia falar que ele era o Carlos Chagas, na ocasião? (…) Agora, o que é que se passa? Eu conheci as coisas todas, André Luiz, fora do corpo, antes de conhecer o Chico Xavier no corpo. Vê se me entendem… Outra coisa: ele era de Minas Gerais, ele trabalhou lá. Outra coisa: quando eu cresci e fui fazer o curso de Medicina, o meu professor de Doenças Tropicais foi assim com ele, trabalhou com ele no mesmo laboratório, um velhinho, era meu professor, a gente sabia de tudo, conheceu o Carlos Chagas de perto! Agora, veja. Eu sabia, por exemplo, que o André Luiz era o Carlos Chagas e vi a mesma situação, mas ele não queria que eu falasse nada. Quando o Chico veio me mostrar, eu já tinha recebido um monte de mensagens dele. Era a mesma situação. (…) Agora, isso aqui eles inventaram (…). Isso tudo é besteirada! É folclore! É a lenda! A saga, as tolices que criaram em torno disso tudo (…). O André Luiz, que é o Carlos Chagas… Por que é que eu tinha contato com ele? Porque ele era médico, e é o que eu ia fazer. E a minha situação toda era essa. Quando eu conheci o Chico, já estava no curso de Medicina, mas já sabia das coisas todas, já tinha recebido mensagem dele, desde os 13 anos (…). O negócio é mais sério, é mais embaixo. Outra coisa: o próprio Chico falou que não podia falar o nome dele, porque se não… Já tinha dado um escândalo enorme a respeito de Humberto de Campos, que era o Irmão X – depois mudou –, deu até processo no Tribunal por causa disso – a gente não pode estar expondo uma pessoa que a família vem em cima. Agora, hoje eu falo isso tudo, porque muita gente já morreu, você está entendendo?! Ou muita gente já “dessomou”, o negócio aí já caminhou e eu também já não estou mais no Movimento Espírita, não tenho nada mais a ver com o assunto…

(Depoimento do Dr. Waldo Vieira, no Youtube, em 21 de julho de 2010)

Confira o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Yoyibnykv4Y

Depoimento de Geraldo Lemos Neto ao Sr. João Cabral a respeito da verdadeira identidade de André Luiz:

 

Estimado João Cabral,

Para subsidiar a questão que você aborda sobre a identidade de André Luiz temos mais algumas considerações a fazer. Pois bem, para que se esclareça, é preciso lembrar do momento em que André Luiz aparece na obra de Chico Xavier. Chico e a FEB haviam tido a grande desilusão de enfrentar um rumoroso processo judicial da família do escritor Humberto de Campos em disputa por direitos autorais.

O próprio Espírito de Humberto de Campos em mensagem íntima havia externado o seu profundo desgosto ao se deparar com as exigências descabidas dos seus depois de sua morte física.
Segundo informações do próprio Chico, Carlos Chagas fora o escolhido por uma comissão de 12 sábios da Espiritualidade Maior, para ser o intérprete para o plano físico do que àquela época julgou-se possível revelar acerca da vida no mundo espiritual e sua relação direta com o mundo terrestre.
Para efeito de não levar o médium Xavier e a própria FEB a novo caso rumoroso e sensacionalista com a imprensa e a justiça, o próprio Carlos Chagas optou pelo anonimato do pseudônimo, escolhendo o nome de André Luiz aleatoriamente, tal como o irmão mais novo de Chico se chamava.Segundo Chico Xavier me contou pessoalmente alguns dados biográficos do mesmo foram alterados propositadamente para que não se intentasse àquela ocasião o "descobrimento" de sua personalidade.

Assim dados como o da família, o da desencarnação, etc, foram "ajustados" por ele mesmo com o fim de se não ser descoberto.
O próprio prazo de sua permanência no umbral, descrito no livro como sendo de 8 anos, na realidade foi de apenas 2 anos, e este erro deveu-se a um simples erro da tipografia gráfica da época da primeira edição, decidindo a FEB pela
manutenção do mesmo nas edições seguintes ( contrariamente ao desejo expresso de Emmanuel e Chico Xavier ) pois segundo nos dizia Chico, André Luiz apenas ficara no umbral pelo período de 2 anos aproximadamente.O quadro a óleo pintado que mostra o rosto de Carlos Chagas, e que incluímos em nossa apresentação em pps, se refere a uma pintura encomendada pelo próprio Chico Xavier à Dona Suzana Maia Mousinho, sua grande amiga desde 1957, de origem potiguar e que mora na cidade do Rio de Janeiro e dirige o Lar Espírita André Luiz de Petrópolis.

Em determinado momento Chico solicitou a ela que arranjasse um artista plástico de sua confiança e encomendasse a ele a feitura de um quadro a óleo do rosto de Carlos Chagas, e ainda que o referido pintor se baseasse na escultura em homenagem a Carlos Chagas que se encontra na praia de Botafogo na cidade do Rio de Janeiro.

Este pedido lhe foi feito em Uberaba e a princípio Dona Suzana não se lembrou de nenhum artista plástico a quem pudesse recorrer.


Chegando à repartição pública onde trabalhava, no Ministério da Educação, e comentando o pedido de Chico junto aos colegas de trabalho, um deles se apresentou voluntariamente para o serviço uma vez que cursava a faculdade de Belas Artes, o que até então Dona Suzana ignorava.

O artista então se dirigiu à estátua de Carlos Chagas e fez o retrato do rosto do mesmo conforme havia encomendado o Chico.
Quando Dona Suzana levou finalmente o quadro até Chico Xavier em Uberaba, este lhe disse :
"Suzana este é o retrato de nosso benfeitor André Luiz!" Para surpresa de Dona Suzana Chico então escreveu de próprio punho esta afirmativa atrás do quadro e fez uma dedicatória a ela, dizendo-lhe que ela deveria fundar uma instituição espírita na cidade de Petrópolis com o nome dele, tendo em vista ligações do passado com o estimado benfeitor.
Assim foi feito e ela veio a fundar o LEAL que funciona até hoje em Petrópolis.
Não preciso dizer que o referido quadro, que conheço, está dependurado na sala de visitas de Dona Suzana em seu apartamento na cidade do Rio de Janeiro até hoje.
Esta revelação foi publicada por nós no livro SEMENTEIRA DE LUZ de Neio Lúcio pela psicografia de Chico Xavier, organizado por Wanda Amorin Joviano em 2006.

Em relação ao Brasil Imperial, contou Chico Xavier a Dona Suzana ( Fundadora do Lar Espírita André Luiz de Petrópolis a pedido do próprio Chico ) que André Luiz de fato havia sido em vidas passadas médico da corte brasileira, desencarnado prematuramente, e que ela Dona Suzana estava ligada espiritualmente a ele desde o passado remoto, e por isto mesmo deveria abrir uma instituição espírita naquela cidade dando a ela o nome de André Luiz, coisa que ela concretizou em 1960 e que funciona em Petrópolis até hoje.
É nesta instituição que trabalha também nossa estimada Wanda Amorin Joviano, filha de Dr. Rômulo Joviano, chefe do Chico na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo.
Os direitos autorais da obras da psicografia de Chico Xavier na época da Fazenda Modelo, organizadas por Wanda Joviano e editadas por nós na Editora Vinha de Luz ( www.vinhadeluz.com.br ) pertencem ao LEAL - Lar Espírita André Luiz de Petrópolis. Esta instituição funciona num dos bairros mais pobres da cidade e segundo Chico Xavier os nossos irmãos nela assistidos em nome de Jesus são todos reencarnações da nobreza brasileira ou francesa do século XIX.

Além dos testemunhos de Suzana Maia Mousinho, Wanda Amorin Joviano, Hércio M.C. Arantes, Carlos Baccelli, há vários outros de amigos próximos a Chico Xavier, que devem ser levados em conta, como é o caso de Corina Novelino de Sacramento.
Como se vê a universalidade do ensino dos espíritos está aqui comprovada.

Temos fontes fidedignas e confiáveis endossando a revelação do próprio Chico.

Naturalmente que hoje, passados quase 70 anos da publicação do primeiro livro de André Luiz, o caso já não seja mais de "segredo" e pode muito bem servir aos nossos estudos doutrinários.

Outro ponto a ser esclarecido : a primeira menção de Emmanuel ao espírito de André Luiz, nas reuniões da Fazenda Modelo, foi na data de 31 de Março de 1943, data que nos relembra a desencarnação de Allan Kardec.

Esta informação está no livro de nossa edição DEUS CONOSCO, publicado em Junho de 2007. Curiosamente o prefácio de Emmanuel é datado de 3 de Outubro, aniversário de Kardec.

Portanto o livro foi psicografado em apenas 6 meses.

Isto é um dado histórico comprovado com os originais das referidas mensagens que estão em nossa guarda, e que integram o escopo das mensagens dos livros aqui cidados : SEMENTEIRA DE LUZ e DEUS CONOSCO de nossa edição. ( vide o site : www.vinhadeluz.com.br )

Espero ter contribuído um pouco mais para a elucidação do tema.

Abraços de sempre para você e toda a família,

Geraldo Lemos Neto



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