Há algum tempo, a mídia veiculou uma notícia interessante. Dizia que jovens que cometeram crimes na Inglaterra, após cumprirem a pena estabelecida pela Justiça, voltavam ao convívio social, com nomes diferentes.
A troca de identidade foi providenciada para que não houvesse discriminação por parte da população, e para que os jovens não fossem condenados outra vez, pelo preconceito.
Enfim, estariam recebendo uma nova chance de acertar o passo e crescer.
Isso parece justo, pois o ser humano tem um senso de julgamento um tanto estreito e dificilmente oferece oportunidade para quem já teve o nome anotado nos registros policiais.
Com uma nova identidade, aqueles jovens teriam possibilidade de se reintegrar ao convívio social, encontrar emprego e ter uma vida digna.
Fazendo um paralelo com essa medida adotada pelas autoridades inglesas e a Justiça Divina, podemos entender um pouco mais a respeito da realidade da Lei da reencarnação.
Deus nos oferece inúmeras chances de acertar o passo no compasso das Suas Soberanas Leis, por esse mecanismo de troca de identidade.
Isso se dá pelo despojamento do corpo físico, com a morte, e pela possibilidade de voltar ao palco terrestre em um novo corpo, uma nova identidade e outro nome.
Em outras palavras: saímos de cena, pelas portas do túmulo, e retornamos a ela pelas portas do berço, sem perder os conhecimentos adquiridos até então.
É assim que Deus nos renova infinitas chances de crescer e conquistar a paz de consciência, ajustando-nos com as Leis que regem o Universo moral.
Assumindo uma nova identidade, mas sem perder suas conquistas anteriores, o Espírito infrator terá nova oportunidade de reconquistar as pessoas às quais prejudicou, obter novamente a confiança da sociedade e progredir.
Um exemplo disso e a prova de que dá certo, é o caso de Judas, o traidor de Jesus.
A Humanidade cristã ainda o espanca e o incendeia, personalizado num boneco, feito para ser malhado, até os dias de hoje, mesmo que seu delito tenha ocorrido há mais de dois milênios.
Mas esse mesmo Espírito já voltou ao palco terrestre inúmeras vezes e já está muitos degraus acima daqueles que o malham todos os anos.
Em sua última aparição nos palcos terrestres, esse mesmo Espírito, usando uma nova identidade, ficou conhecido no Mundo inteiro, como a brava guerreira francesa Joana D’arc.
Mas isso só aconteceu porque não foi reconhecido, senão teria sido espancado até à morte, pelos justiceiros terrenos.
Com as possibilidades mediúnicas de que era portadora, a jovem francesa recebia orientações diretas dos amigos espirituais e as seguia com incontestável fidelidade.
Conquistou a paz da própria consciência permanecendo fiel às vozes do Além, até o sacrifício na fogueira, sem abjurar ou negar as verdades que conhecia.
Assim fica mais fácil entender que realmente Deus não quer a morte do pecador, mas a sua redenção.
Se a redenção do Espírito que animou o corpo de Judas dependesse dos homens, certamente jamais teria obtido outra chance até hoje.
Mas Deus, que é a Soberana Justiça e Misericórdia, permitiu que aquele Espírito mudasse de nome, de personalidade, a fim de aprender e crescer, para atingir o objetivo de todos os filhos de Deus, que é a conquista da felicidade suprema.
A reencarnação é abençoado e valioso ensejo que o Espírito recebe para a própria sublimação, na longa jornada da Imortalidade.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5 do livro Crônicas de além túmulo, do Espírito Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
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