11 de setembro de 2012

Quem és?



Em sua Epístola universal, Tiago dá vários conselhos aos cristãos.

São todos muito interessantes e atuais.

Por exemplo, ele recomenda que o homem esteja sempre pronto para ouvir, mas tardio para falar e para se irar.

E justifica que a ira do homem não opera a justiça de Deus.

É impossível não vislumbrar a sabedoria da assertiva.

Quando deixa seu sentimento se contaminar, o homem perde a noção do justo.

Age sob o imperativo das emoções desequilibradas e mais erra do que acerta.

Nessa linha, ele assevera que, se alguém cuida de ser religioso, mas não refreia a própria língua, então a sua religião é vã.

Bem se vê o quanto a palavra mal refletida e mal utilizada é deletéria.

Muitos se dizem amantes do bem, mas se permitem criticar de modo severo o semelhante.

Justamente por isso, o Apóstolo é enfático ao aduzir:

Irmãos, não faleis mal uns dos outros.

Ele ainda arremata:

Há só um legislador e um juiz, que pode salvar e destruir.

Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?

Percebe-se que o hábito da maledicência é tão antigo quanto a Humanidade.

Deveria haver, por parte do homem, grande cautela em emitir opiniões relativamente à incorreção alheia.

Um parecer inconsciente ou leviano pode gerar graves desastres.

Aliás, pode ensejar mal maior do que o erro do próximo, convertido em objeto de exame.

Naturalmente, existem determinadas responsabilidades que exigem observações acuradas.

Os que ocupam certos postos devem analisar, de forma detida e paciente, as ocorrências do mundo.

Um administrador tem o dever de verificar os elementos da composição humana sob sua responsabilidade.

É de sua incumbência identificar falhas e problemas, a fim de adotar providências corretivas.

Os pais devem prestar muita atenção nos próprios filhos, a fim de encaminhá-los ao bem.

Se identificam fissuras morais, necessitam se dedicar a combatê-las, amorosa e firmemente.

Um juiz é pago pelas economias do povo para aplicar a lei.

Em decorrência, é obrigado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais.

Na defesa do bem coletivo, precisa deliberar com serenidade e justiça.

Entretanto, trata-se de deveres específicos e pesados.

Eles exigem bastante de quem os desempenha.

Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande número de pessoas viciadas no julgar com precipitação e leviandade.

Parece útil que cada um reflita sobre o papel exato que está desempenhando na vida presente.

Quando assediado pelo desejo de comentar a vida do próximo, que se indague com honestidade:

Será esse assunto de meu interesse?

Quem sou eu, para tecer comentários sobre a dor e a miséria alheias?

Desejo auxiliar ou apenas me dedico a apedrejar quem caiu?

Estou, de fato, em condições de julgar alguém?

Pense nisso.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 46, do livro
C
aminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

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