24 de outubro de 2012

Chico Xavier, o maior brasileiro de todos os tempos




1 – Pela TV-jornalismo, do SBT, Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier, acaba de ser eleito o maior brasileiro da história do Brasil, sob o título: O maior brasileiro de todos os tempos. É interessante frisar que esse sufrágio, de 71,4%, representa o reconhecimento sincero do maior contingente da população brasileira, significando, com isso, que Chico Xavier tornou-se, de fato, um patrimônio da humanidade, independentemente da posição social e da cor política, filosófica, ou religiosa dos votantes. Seus exemplos e maneira especial de amar a todas as criaturas fizeram dele o protótipo do ser humano, um ser universal, como todos lá um dia haveremos de alcançar. Tornou-se, não há dúvida, um cidadão do Universo.
 
2 – Chico Xavier nasceu na cidade mineira de Pedro Leopoldo, no entorno de Belo Horizonte, no dia 2 de abril de 1910 e retornou à Espiritualidade no dia 30 de junho de 2002, em Uberaba, Minas, logo depois do Brasil sagrar-se pentacampeão mundial de futebol. Lembremo-nos de que Chico teria dito, antes de partir, que gostaria de voltar a penates no dia em que o brasileiro estivesse muito feliz. Fica evidente que sua desencarnação teria sido programada, o que não é de espantar, porque, como ele próprio dizia, o telefone toca de lá para cá e não de cá para lá. Noutras palavras, Chico quis dizer que o mundo espiritual governa o mundo material; que o mundo espiritual é o molde do mundo material. E mais: que o mundo espiritual é que dita as normas que devem ser cumpridas pelos mundos físicos. Chico Xavier obteve 71,4% de sufrágio, repita-se, concorrendo com os seguintes finalistas: Airton Senna, Fernando Henrique Cardoso, Getúlio Vargas, Irmã Dulce, Juscelino Kubitschek, Luiz Inácio Lula da Silva, Oscar Niemeyer, Pelé, Princesa Isabel, Santos Dumont e Tiradentes.
 
3 – É oportuno repisar, aqui, a tese de acordo com a qual Chico veio para completar a missão do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, ou seja, Allan Kardec, cognome atrás do qual procurou ocultar o seu brilhantismo de mestre em toda a Europa, a fim de que a obra do Consolador não sofresse qualquer influência. Adotando o nome de Allan Kardec, codificou a Doutrina dos Espíritos, tida como a continuidade natural do Cristianismo, em sua feição pura e simples dos tempos apostólicos. No entanto, ao coordenar os ensinos dos espíritos superiores, não foi apenas o registrador de fatos e fenômenos, mas também o seu coautor, complementando-a, com inusitada competência, pelo que se pode constatar das obras básicas.
 
4 – Todavia, a obra de restauração do Cristianismo, por sua magnitude, não estava completa. Outro esforço gigantesco far-se-ia imprescindível, noutra oportunidade, no futuro. O Codificador teria que retornar à liça humana para completá-la, avisou-lhe seu mentor espiritual. Reencarnaria no final do século XIX ou no início do século XX. De fato, no dia 2 de abril de 1910, renascia o professor Hippolyte Léon Denizar Rivail, Allan Kardec, na modesta e bucólica Pedro Leopoldo, nas Minas Gerais, na roupagem de Francisco Cândido Xavier. E a Espiritualidade, sabedora de que Allan Kardec reencarnado estava sendo objeto de busca pelas almas ainda trevosas, no intuito de desviá-lo de sua magna missão de complementar as obras estruturais do Espiritismo, esconderam-no no seio da própria Igreja Católica, onde ficou, inclusive como “coroinha”, até aos 17 anos de idade, quando, já médium ostensivo, adotou o Espiritismo. Como se disse, far-se-ia necessário a complementação dos ensinos de Jesus, revividos na Doutrina Espírita, que, como o próprio Mestre o disse, não poderia tudo nos ensinar. Mas que, no momento oportuno, enviar-nos-ia o Paracleto, o Consolar, o Espírito de Verdade, que mais não é do que o Espiritismo. Foi assim que se cumpriu, de uma vez por todas, a promessa do grande Mestre, conforme consta no Evangelho de João, Cap. 14: 15 a 17 e 26:
 
“Se me amais, guardai os meus mandamentos, e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará toda as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito”.
 
 
5 – A afirmativa de que Allan Kardec voltara, como anunciado, não deixa nenhuma dúvida nos que realmente conhecem os perfis de um e de outro, isto é, de Allan Kardec e de Chico Xavier. Allan Kardec tinha a missão de trazer-nos, como trouxe, a Doutrina dos Espíritos, em suas bases estruturais, nos campos da Filosofia, da Ciência e da fundamentação espiritual. A Chico Xavier, competiria complementá-la, tal como o fez, brindando-nos com a sua ampliação e prática verdadeiramente evangélica, a fim de que se pudesse dizer, alto e bom som, que, de fato, o Espiritismo é uma doutrina tríplice: Filosofia, Ciência e Religião, e também que obedece, rigorosamente, a um princípio de unidade: o mesmo princípio universal de que é plena a natureza. Os pontos de contato entre as duas personalidades, Allan Kardec e Chico Xavier, convencem-nos de que representaram, no plano físico, a mesma individualidade. Permitam-me repetir aqui, ao ensejo, o que registrei, alhures, em meu livro “A volta de Allan Kardec” – 3ª edição – Feego, às páginas 409-411:
          
Pontos de Contato de Duas Personalidades
 
“A versatilidade de Chico Xavier, em todos os ângulos do saber, iguala à de Allan Kardec. Quem o conheceu e com ele conviveu em sua última experiência física que o diga. No campo da literatura, por exemplo, basta que meditemos sobre suas plangentes palavras, registradas no título 83, da 6ª parte, para que tiremos nossas ilações:
 
“Eu sempre quis ter livros... Quando menino, colecionava revistas, gravuras, histórias dos santos da Igreja... Sempre gostei muito de ler, mas nunca pude comprar um livro... Admirava, nas fotos, as grandes bibliotecas... Quando os espíritos começaram a escrever por meu intermédio, eu tinha uma vontade imensa de ver as páginas de autoria deles publicadas... Comecei, então, a fazer livros artesanais: criava capa para eles, autografava e presenteava os amigos... O meu propósito era o de despertar em alguém a vocação para o livro espírita; tinha esperança de que, um dia, alguém se interessasse pela edição das mensagens dos espíritos amigos por meu intermédio... Manuel Quintão foi um grande benfeitor do livro espírita... Ele me abriu as portas da FEB... Certa vez, o meu pai, que não podia compreender a minha vocação literária, queimou todas as minhas coleções... Chorei muito, mas Emmanuel me disse que não ficasse triste. Até hoje, passados tantos anos, sinto na alma aquela emoção indefinível quando tive em minhas mãos o primeiro exemplar do Parnaso de Além-Túmulo!... Muitos livros vieram depois e continuam vindo, mas a emoção do Parnaso editado foi uma das maiores alegrias da minha vida…”  

 
Particularmente, Chico deixou também, nos jardins de Orfeu, seu lamento poético, que denota inegável experiência de antanho no setor das musas, publicando em vários periódicos daquela época, em sua primeira mocidade, sonetos de sua própria inspiração. Rememoremos, aqui, apenas dois tercetos de um deles:
 
... Mensageiro do Amor, da Caridade,
Missionário do Bem e da Verdade,
Que partiste sorrindo para a luz;
 
Venturoso serás nessas Moradas,
Onde existe o fulgor das alvoradas
Desse Amor portentoso de Jesus!

 
Nesse ponto, diga-se, de leve, Allan Kardec tinha também, ao lado de sua racionalidade, sua veia poética, reminiscência de vidas pretéritas, noutras plagas. Permitimo-nos repetir o que se transcreveu no título 46, da 5ª parte, quando a médium Sra. De Cardone diz a Kardec:
 
“...Tem número, medida e cadência o vosso estilo; mas, por vezes, trocaríeis um pouco da sua precisão por uma certa poesia...”

 
Como se percebe, não há dúvida de que a cadência e o ritmo no estilo de Allan Kardec advêm de suas experiências nos campos da música e da poesia, adquiridas em vidas anteriores, o que viria, no futuro, colaborar para que fosse maleável nas mãos dos espíritos componentes da plêiade do Consolador.
 
No campo da música erudita, Chico também deixou sua marca, ao discorrer sobre a teoria da música, na presença de Ranieri e João Cabetti. A informação consta do título 70, da 6ª parte.
 
Conta Ranieri:
 
"... Amar a música como Chico ama é difícil. Sabemos que tinha especial predileção por Beethoven e que não despreza, por outro lado, a música de Roberto Carlos".
 
E falando sobre o encontro que ele, Ranieri, e Chico tiveram com João Cabetti, em Uberaba, retirou da longa conversa de Chico com Cabetti a seguinte conclusão:
 
"... Fiquei admirado de vê-lo discorrer sobre a teoria musical e composição".
 
6 – O Espiritismo só se patentearia como uma doutrina unitária, solene e incontestavelmente de convicção se proviesse, como proveio, de um único coordenador. Daí, tendo em vista essa necessidade de uniformização de princípios, de unidade, ter o mentor de Allan Kardec dito, em Obras Póstumas, que ele, Allan Kardec, não terminaria a obra ao ensejo de seu renascimento de então, mas a completaria, noutra oportunidade, no final do século XIX ou início do século XX, época em que voltaria a reencarnar-se na Terra. Pelo que se sabe, Chico Xavier reencarnou no Brasil, no início do século XX, em 1910. Trata-se, pois, de uma questão de lógica afirmar-se que o mesmo espírito que animou a personalidade de Allan Kardec animou depois a personalidade de Chico Xavier. Por isso é notória a unidade dos princípios kardequianos, serena e substancial nos dois momentos cardiais do Espiritismo: primeiro, com Allan Kardec; depois, com Chico Xavier, sem qualquer stacatto em suas premissas, ou sobressaltos em seus postulados. Em razão disso, é mais que lógico afirmar-se que o Espiritismo é a continuidade natural e espontânea do Cristianismo.

Tal como o Cristianismo, o Espiritismo deve primar pela simplicidade. Sobre isso, disse Chico Xavier:
 
“O Espiritismo não pode perder a simplicidade que o caracteriza como o Cristianismo puro e simples dos primeiros tempos, da época de Jesus”.
 
7 – Considerando que no último dia 3 deste mês de outubro realizou-se a efeméride de nascimento de Allan Kardec, na cidade de Lyon, França, em 1804, é de nosso dever HOMENAGEAR esse grande avatar nas suas duas reencarnações, de grande proveito para a humanidade, seja na personalidade de Hippolyte Léon Denizard Rivail – Allan Kardec –, seja, na personalidade de Francisco Cândido Xavier – Chico Xavier! Tratando-se, como se trata, da mesma individualidade, ou do mesmo espírito, de ordem superior, essa HOMENAGEM se impõe, nesta hora, em que essa alma de escol vem de ser agraciada, por mérito, como o MAIOR BRASILEIRO DA HISTÓRIA da pátria, do “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho”.

Hosanas, pois, ao maior brasileiro de todos os tempos: Chico Xavier, em sua última romagem sobre o plano terráqueo!...

Ave, Allan Kardec!... Ave, Chico Xavier!...


Weimar Muniz de Oliveira
Magistrado aposentado, presidente da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame) e do Lar de Jesus, diretor da Federação Espírita do Estado de Goiás (Feego) e membro do Conselho Superior da Federação Espírita Brasileira (FEB).


Dedicatória de Chico Xavier na primeira edição do livro Kardec prossegue


Explicação da primeira dedicatória de Chico Xavier na primeira edição do livro Kardec prossegue



Livro Kardec prossegue, de Adelino da Silveira


Dedicatória de Chico Xavier na segunda edição do livro Kardec prossegue


Explicação da dedicatória de Chico Xavier na segunda edição do livro Kardec prossegue


Edição atual do livro Kardec prossegue, de Adelino da Silveira



Primeira edição do livro A volta de Allan Kardec, de Weimar Muniz de Oliveira


Edição atual do livro A volta de Allan Kardec, de Weimar Muniz de Oliveira


Livro Chico Xavier, a reencarnação de Allan Kardec, de Carlos Baccelli


Creuza e Weimar Muniz de Oliveira, Geraldinho Lemos, Marlene Nobre,
Bárbara, Jhon Harley, Neida, Carlos Baccelli, Naninha Machado e Fontana
na Casa de Chico Xavier em Pedro Leopoldo



Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Por Weimar Muniz de Oliveira | Goiânia
12/10/2012

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