3 de outubro de 2013

Oração à Kardec



Allan Kardec, incomparável professor da renovação humana! Pedimos-te licença para dirigir-te a nossa prece humilde neste mês de outubro que te lembra o renascimento na face sombria do mundo.

Duzentos e três anos são passados sobre aquele luminoso dia da cidade francesa de Lyon. O generoso solo gaulês assistia, então, à materialização das promessas mais altas do divino Mestre.

Inaugurava-se no horizonte terrestre a aurora de um novo tempo. O sol do Consolador haveria de levantar-se para todos, aquecendo com seus divinos raios o coração das almas desiludidas, cansadas dos embates inglórios da face terrestre. Seus luminosos raios, plenos de esperança nova, haveriam de energizar novamente os caminhos da fé, iluminando-nos o entendimento desviado e infeliz para a visão renovada do esclarecimento mais amplo.


Divino mensageiro de novo pisando a poeira do mundo, Kardec, te fizeste pequenino professor nos educandários franceses e suíços, e, por quase cinco décadas, te consagraste a exaustivo labor junto à infância e à juventude promissoras.

Iluminado apóstolo do Senhor entre os homens, dispensaste todas as glórias celestes que te pertenciam por direito e méritos de outrora para te fazeres em apenas mais um servidor no vasto campo do progresso humano.

Mas teu destino estava selado pelo paracleto e o Espírito da Verdade, cumprindo determinações celestiais, convocou-te à missão de inaugurar na Terra a religião dos espíritos.

Soou para a história terrestre o clarim da verdade renovadora e foste, a partir de então, o seu abençoado condutor. Sob a tua segura batuta, iniciou-se a divina sinfonia do Evangelho restaurado e os espíritos dos mortos retornaram plenos de vida e luz a cantar as harmoniosas melodias da vida eterna!

Quantas bênçãos, Kardec, recebemos desde então? Impossível auferirmos esse cálculo sublime!

Sob a tua orientação direta, inúmeros baluartes da mensagem espírita-cristã também colaboraram nesse esforço gigantesco nos últimos 150 anos da nova revelação.

Quantas consolações! Quantos esclarecimentos! Quantas lágrimas, Professor, como resultado de teu trabalho, foram secas na terra das desilusões?

Quantas alegrias, Codificador, foram despertas no imo dos espíritos desesperançados e tristes?

Quantas bênçãos de amor e caridade, semeador incansável, frutificaram no solo dantes improdutivo e abandonado do coração humano?


É por isso que, neste mês, volvemos a lembrar-te a missão gloriosa junto aos homens, para respeitosamente louvar-te o divino serviço e agradecer-te a humildade de teus sacrifícios ignorados e silentes em favor de todos nós.

Da planície de nossa mediocridade, dos pântanos de nossos erros milenares, do charco de nossa ignorante soberba humana, somos, celeste Professor, dos que se incluem no rol dos beneficiários diretos de teu esforço.

Embora reconhecendo a insignificância de nossa posição nos estreitos caminhos humanos, já ousamos levantar os olhos na direção do Mais-Além que nos descerraste.

E, contemplando os altiplanos da compreensão da vida mais ampla, eternamente reconhecidos pelo fruto de seu labor em nome do Cristo, ousamos oferecer-te, Allan Kardec, as flores de nossa sincera gratidão, que, embora singelas e simples, haverão de dizer-te da profundidade da paz que nos alcança em nome de Deus.


José Martins Peralva Sobrinho

Página que dedico aos meus filhos Iêda, Basílio e Alcione.

(Mensagem psicografada por Geraldo Lemos Neto em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade na noite de 8 de outubro de 2007.)

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