Seria um erro acreditar que, por causa do seu trabalho, Allan Kardec tinha que ser um personagem sempre frio; nada disse [escreve Henri Sausse(3), seu primeiro biógrafo]. Depois de tratar dos pontos mais difíceis da Psicologia e da Metafísica Transcendental, mostrava-se expansivo, sabendo deixar todo mundo à vontade, mesmo os mais humildes. Ele tinha um talento especial para distrair os convidados que frequentemente recebia em sua mesa e com quem sabia compartilhar sua alegria comunicativa.
Leymarie disse algo semelhante:
Muitas vezes, ele aparecia nos momentos de cansaço e, sentado à minha mesa, ria com anedotas encantadoras e expressões gaulesas para nos distrair e, estimulados, compartilhávamos esse momento juntos. Depois, retornava alegremente a sua cadeira. Aos domingos, especialmente nos últimos dias de sua vida, chamava os amigos para jantar na sua Villa Ségur. Então o grave filósofo, depois de conversar com médicos sobre os pontos mais ousados e mais controvertidos da Doutrina, fazia de tudo para distrair todo mundo. Como uma criança, com simplicidade procurava proporcionar uma doce alegria para seus hóspedes, e tinha um gênio especial para fazê-lo com d
ignidade, sobriamente, gentilmente, misturando uma nota particular de bonomia amigável.
Livro: Allan Kardec e Sua Época
Jean Prieur
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