No Espiritismo, aprendemos que a verdadeira justiça não é tratar todos de forma idêntica, mas garantir que cada um tenha as mesmas oportunidades de crescimento. Em "O Livro dos Espíritos", Kardec ensina que a sociedade evolui quando corrige erros do passado e promove a equidade (ver questões 806 e 873).
O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido que o racismo é um crime grave, que não prescreve e não pode ser perdoado. Além disso, reconheceu que medidas como as cotas raciais são necessárias para corrigir desigualdades históricas. Essa decisão não cria privilégios, mas busca justiça para grupos que foram excluídos ao longo do tempo. Agora, o STJ, decidiu que não há racismo reverso.
POR QUE O “RACISMO REVERSO” NÃO EXISTE?
Muitas vezes, ouvimos falar em "racismo reverso", mas esse conceito não se sustenta. O racismo não é apenas um ato de preconceito individual, mas um sistema que historicamente favoreceu certos grupos enquanto excluía outros. No Brasil, ele esteve presente na escravidão e ainda gera desigualdades sociais.
Se uma pessoa branca sofre ofensas por sua cor, isso pode ser um caso de preconceito, mas não tem o mesmo impacto histórico e estrutural que o racismo. Quem sempre sofreu discriminação sistemática foram os negros, indígenas e outros grupos marginalizados.
O ESPIRITISMO E A IGUALDADE ENTRE OS POVOS
A Doutrina Espírita ensina que todos os Espíritos são criados iguais por Deus e reencarnam em diferentes condições para evoluir. A diversidade racial é parte desse aprendizado. No entanto, ao longo da história, muitos Espíritos usaram seu livre-arbítrio para sustentar sistemas de opressão e desigualdade, contrariando a lei do amor ensinada por Jesus.
Para superar o racismo, é preciso reconhecer as injustiças do passado e trabalhar para que todos tenham as mesmas oportunidades. Como nos ensina o Evangelho, "fora da caridade não há salvação", e ser caridoso significa lutar contra qualquer forma de exclusão e preconceito.
CONSTRUINDO UM FUTURO MAIS JUSTO. RUMO A REGENERAÇÃO
Contudo, a evolução da humanidade passa pelo respeito, pelo reconhecimento das diferenças e pela valorização do caráter, não da cor da pele. Negar a existência do racismo estrutural e alimentar a ideia de racismo reverso é fechar os olhos para a realidade e para a necessidade de transformação social.
Somente com empatia, justiça e fraternidade poderemos construir um mundo onde todos tenham as mesmas oportunidades de crescer e evoluir, seguindo os ensinamentos de amor e igualdade que o Espiritismo nos traz. Aliás, o Espiritismo nada mais é que o Cristianismo Restaurado, pois todos os seus argumentos e posição se baseiam nos ensinos de Jesus.
Regih Silva
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