24 de março de 2025

REFLEXÕES SOBRE A ACUSAÇÃO DE "DITADURA DO JUDICIÁRIO NO BRASIL"

 



A Doutrina Espírita nos ensina que a justiça divina é infalível e que toda ação tem consequências. Jesus nos orienta a buscar a verdade, pois somente ela nos libertará. Diante das turbulências políticas do Brasil, é necessário refletirmos com base nesses ensinamentos e compreendermos os desafios que atravessamos sob a ótica do progresso moral.  

Nos últimos tempos, tem-se difundido a narrativa de que o Brasil vive uma "ditadura do Judiciário". Essa afirmação, no entanto, não resiste a uma análise criteriosa. O que vemos, na realidade, é a Justiça cumprindo seu papel constitucional de garantir o equilíbrio entre os poderes e a manutenção do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente e seus seguidores, inconformados com as consequências de seus atos, criaram essa falácia para enganar aqueles que ainda se deixam levar por discursos inflamados e desprovidos de fundamento.  

O Espiritismo nos ensina que o orgulho e o egoísmo são os maiores entraves ao progresso da humanidade. O ex-presidente, que deveria ter sido um servidor do povo e um exemplo de ética na "Pátria do Evangelho", agiu em sentido contrário, estimulando a desunião e o descrédito das instituições. Agora, diante da iminente responsabilização por seus atos, tenta distorcer a realidade, acusando o Judiciário de perseguição quando, na verdade, apenas colhe os frutos de suas próprias escolhas.  


Exemplo disso é a distorção dos fatos no caso de Débora, manifestante bolsonarista que pode ser condenada a 14 anos de prisão. Narrativas enganosas alegam que ela foi punida apenas por pichar a estátua da Justiça, quando, na verdade, a condenação se deu pela prática de crimes muito mais graves. Além da deterioração do patrimônio tombado, que por si só teria pena branda, ela foi responsabilizada por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado com violência e associação criminosa armada. A sentença reflete a gravidade dos atos cometidos no contexto da tentativa de ruptura institucional em 8 de janeiro de 2023, e não um suposto abuso do Judiciário.  

No último domingo, 16 de março de 2025, uma manifestação flopada demonstrou que a população brasileira, de maneira geral, não mais se deixa enganar. Tentativas de inflar números e criar uma ilusão de apoio popular não alteram o fato de que a verdade sempre prevalece. Como nos ensina Allan Kardec, "Os Espíritos superiores combatem o erro, não com violência, mas com o raciocínio". Assim, devemos agir: combatendo a desinformação com a luz do esclarecimento.  

A crítica ao ministro Alexandre de Moraes, acusado injustamente de autoritarismo, é um reflexo do inconformismo de quem não aceita a Justiça atuando. O verdadeiro ditador não é aquele que faz cumprir as leis, mas sim quem, no poder, tentou desvirtuá-las para seu próprio benefício. Como ensina "O Livro dos Espíritos", a lei de Deus está baseada na justiça, no amor e na caridade, e é sob esses princípios que devemos pautar nosso entendimento dos acontecimentos políticos.  

Diante desse cenário, a postura espírita deve ser de vigilância moral e compromisso com a verdade. Devemos incentivar o diálogo, a busca pelo entendimento e a disseminação de informações corretas, para que a sociedade possa evoluir de forma consciente e responsável. O Brasil caminha para um futuro mais justo e equilibrado, e cabe a cada um de nós contribuir para essa construção com serenidade e discernimento.  

Que possamos, como trabalhadores do bem, atuar para que a justiça, a democracia e o respeito prevaleçam, sempre sob a luz da espiritualidade e da verdade.


Regih Silva

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