26 de maio de 2025

REENCARNAÇÃO NA ''PRAÇA É NOSSA''

 


Ontem, assistindo ao programa do Luciano Huck, fui tomado por uma emoção profunda durante a bela homenagem prestada ao querido comediante Carlos Alberto de Nóbrega. No palco, estavam seus filhos, celebrando não apenas uma carreira, mas um legado que ultrapassa o tempo: o legado de seu pai, o inesquecível Manuel de Nóbrega, criador da emblemática “Praça da Alegria”, que mais tarde daria origem ao programa “A Praça é Nossa”.

Mas o que mais tocou meu coração foi algo que escapava à cena visível: um detalhe sutil, espiritual, que merece reflexão. Certa vez em uma entrevista ao “Programa do Ratinho”, o próprio Carlos Alberto compartilhou uma experiência que nos convida a olhar além da matéria. Contou ele que sua ex-esposa, Andréia, aguardava apenas um filho – todos os exames médicos indicavam uma gestação única. No entanto, no momento do parto, vieram dois: uma menina e, logo em seguida, João Nóbrega. Com serenidade e fé, Carlos revelou sua intuição: João seria a reencarnação de seu pai, Manuel de Nóbrega.

À luz da Doutrina Espírita, essa possibilidade é mais do que uma hipótese sentimental — é uma expressão legítima das leis divinas que regem a vida espiritual. O espírito é imortal, caminha por múltiplas existências, e muitas vezes retorna ao mesmo lar terreno, como filho, neto, irmão ou companheiro de jornada, buscando reconciliação, aprendizado ou missão.

Contudo, reencarnar não é simplesmente repetir. O espírito traz sua essência, mas cada existência é como um novo capítulo, com páginas em branco para serem escritas com novos desafios e possibilidades. Mesmo que João seja, de fato, o mesmo espírito que um dia animou Manuel de Nóbrega, ele não está fadado a reproduzir os mesmos dons ou seguir as mesmas trilhas. Agora formado em administração, João talvez esteja trilhando caminhos que fazem parte de um plano mais amplo — que escapa à nossa compreensão imediata, mas que serve a um propósito maior.

É como na escola da alma: passamos por diferentes séries, e cada uma tem conteúdos próprios. Não deixamos de ser nós mesmos, mas precisamos vivenciar diferentes etapas para amadurecer. A vida material é apenas um breve estágio dessa longa e maravilhosa jornada evolutiva.

O que permanece, acima de tudo, é o laço do amor. Espíritos afins se reencontram, não por acaso, mas por desígnio. E se é verdade que o palco da vida muda, os personagens se transformam e os cenários se renovam, também é verdade que o amor verdadeiro sempre encontra um caminho para se manifestar.

Que essa história singela, cheia de beleza e espiritualidade, nos inspire a olhar com mais reverência para os nossos laços familiares, reconhecendo que cada encontro carrega algo sagrado. Nada acontece por acaso. Deus, em Sua sabedoria infinita, nos reúne onde o amor ainda pode florescer ou onde a lição ainda precisa ser aprendida.

No fim das contas, mais do que risos ou lágrimas, o que fica é o amor — e o amor, este sim, é eterno.
 

Regih Silva

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