Felca: de menino retraído a alguém que enxergou o que muitos preferiram ignorar — a crescente sexualização de menores.
Quando uma consciência desperta, o mundo espiritual se movimenta. Muitas vezes, não é um orador de púlpito, nem um magistrado togado; é um jovem simples, que converte a timidez em coragem, a indignação em serviço ao próximo. Foi assim quando Felca ergueu a voz — denunciando aquilo que tantos fingiam não ver: a adultização precoce de crianças na internet, a exploração da inocência travestida de “conteúdo” e o lucro alimentado pela fragilidade infantil.
O Espiritismo nos recorda que a infância é tempo sagrado de proteção. É a estação em que o Espírito reencarna sob o véu da fragilidade, para reaprender a amar, confiar e florescer. Adultizar é cortar esse jardim ainda em formação; explorar é ferir a Lei divina, que se expressa na justiça, no amor e na caridade. Por isso, não é “apenas internet”: trata-se de um drama espiritual coletivo, um carma sendo tecido diante de nossos olhos.
Felca denunciou a engrenagem invisível dos algoritmos — o chamado “algoritmo P” —, que premia o choque, estimula a erotização e empurra olhares e desejos para o abismo, enquanto plataformas e adultos lucram com lágrimas invisíveis. Essa denúncia rompeu o silêncio e trouxe efeitos concretos: investigações policiais, prisões de criminosos, maior volume de denúncias, novos projetos de lei. A verdade, quando surge, é cirúrgica: corta fundo, mas salva vidas.
E foi nesse contexto que Felca afirmou:
“Se você não sente indignação, não é um ser humano.”
Indignação, aqui, não é revolta estéril, mas chama moral que desperta a consciência e convida à ação. É o grito da alma que percebe que a infância não pode ser moeda de troca nem mercadoria de algoritmos.
Que possamos, à luz do Evangelho e do Consolador prometido, transformar nossa indignação em caridade lúcida, em defesa do mais frágil e em compromisso com a verdade. Afinal, como ensinam os Espíritos, cada criança é uma semente do futuro: proteger a infância é zelar pelo amanhã da Humanidade.
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