Agora, do ponto de vista espírita, vamos lembrar: a morte não canoniza ninguém. Ninguém vira santo só porque devolveu o corpo à Terra. O espírito leva consigo exatamente o que construiu em vida. Se odiava, continua odiando. Se amava, continua amando. O desencarne é apenas a troca de roupa. E sem o peso da carne, a alma fica até mais livre para se conectar às mentes que vibram na mesma faixa. Eis aí o perigo: espíritos rancorosos encontram eco em corações rancorosos. E o ciclo se perpetua.
Portanto, a questão não é rir ou chorar da morte de alguém. Embora, rir e torcer, sejam atitudes nada cristã. A verdadeira reflexão é: o que estou alimentando em mim? Estou vibrando em ódio, repetindo ironias cruéis, mesmo quando disfarçadas de “justiça”? Ou estou cultivando compaixão, não para parecer santo aos olhos dos outros, mas para construir paz em mim mesmo? Na grande mesa da vida, cada um traz o tempero da alma. Uns servem luz, outros servem fel…
Como espíritas, sabemos que ninguém escapa das próprias construções espirituais. O desencarne é apenas o início de uma nova etapa da colheita. E a nós, que seguimos encarnados, resta a escolha: alimentar a polarização que nos envenena ou escolher a serenidade, que nos liberta. Porque, afinal, como diria Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” E cá entre nós, já passou da hora de começar a escrever um final menos hipócrita e mais humano para essa história coletiva. Lembrando, que condemanos quqlquer extremismo, seja de onde vier.
Regih Silva

Nenhum comentário:
Postar um comentário