31 de agosto de 2012

O encontro entre Madre Teresa e Princesa Diana no plano espiritual

 


Certo dia, a princesa Diana vai procurar madre Teresa de Calcutá, abrindo-lhe o coração. Falou-lhe de suas angústias, do vazio que sentia em seu íntimo, muito embora, a sua, fosse uma vida de glamour. E confessou-lhe o desejo de fazer parte de sua ordem religiosa.


A madre comoveu-se ante o relato, cheio de ternura e confiança, e viu muita doçura e bondade na alma daquela mulher simples, porém muita rica e famosa. E, com grande carinho, buscou orientar-lhe. Disse-lhe que ela era uma princesa e, como tal, não poderia pertencer à sua ordem religiosa, de extrema pobreza. Então, a madre lhe disse:


- Diana, você pode doar esse amor às crianças indefesas. Na sua posição, você pode auxiliar muitas delas, que sofrem... A caridade pode ser exercida em qualquer lugar onde nos encontremos...


A princesa voltou para o seu palácio e daí em diante, dedicou-se a visitar crianças vítimas da aids, essa enfermidade tão cruel, e auxiliou, com enorme carinho, crianças mutiladas pelas minas das guerras... Desde então, encontrou a alegria de ser útil, o prazer de servir.


Madre Teresa tudo acompanhava pelos informes da TV, da imprensa. E, entre aquelas duas mulheres, elos de amor passaram a existir.


O tempo correu. Alguns meses depois, a princesa, amiga dos sofredores, a rosa da Inglaterra, como era conhecida mundialmente, veio a desencarnar num acidente que chocou a todos.


A madre, muito abalada, ao saber do fato, apressou-se a tomar providências e a cancelar compromissos, a fim de comparecer ao funeral, dias depois.


Algo, porém, alterou-lhe os planos. Sua saúde, muito instável. levou-a à cama. Alguns dias se passaram, e madre Teresa veio também a falecer.


Joanna de Ângelis nos contou, então o suceder dos acontecimentos, do "outro lado"...


Madre Teresa foi recebida numa festa de luz, sob a carinhosa assistência de Teresa de Lisieux, a Santa Terezinha do Menino Jesus, como é adorada na Igreja Católica. Permaneceu consciente de seu processo desencarnatório, na paz de consciência que sua vida honrada lhe fizera merecer. E é então que ela pergunta à religiosa que lhe recebera, onde estava Diana. E Teresa de Lisieux lhe conta que a princesa, devido ao choque causado pelo acidente, estava dormindo, ainda em refazimento e recuperação.

Madre Teresa de Calcutá vela pela princesa, faz-lhe companhia, ora por sua harmonização. E, no momento de despertar, quando Diana abre os olhos diante da vida espiritual e reconhece a grandeza do amor de Deus, eis que ela revê a madre, a religiosa afetuosa e amiga que, com extremado amor, lhe diz:


- Agora, minha filha, você está pronta para ser aceita na minha ordem. Iremos trabalhar juntas, com a bênção do Senhor.


-Nós, que sabemos como o mundo espiritual é fascinante, diz Divaldo, imaginemos o júbilo desse encontro!
 


Relato de Divaldo Pereira Franco

Se a vida é um jogo, estas são as regras:




1) Você receberá um corpo. Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo.

2) Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal de tempo integral chamada Vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou considerá-las idiotas e irrelevantes.

3) Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de ensaio e erro, de experimentação. Os experimentos 'mal sucedidos' são parte do processo, assim como experimentos que, em última análise, funcionam.

4) Cada lição é repetida até ser aprendida. Ela será apresentada a você sob várias formas. Quando você a tiver aprendido, passará para a próxima.

5) Aprender lições é uma tarefa sem fim. Não há nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas.

6) 'Lá' só será melhor que 'aqui', quando o seu 'lá' se tornar um 'aqui'; você simplesmente terá um outro 'lá' que novamente parecerá melhor que 'aqui'.

7) Os outros são apenas espelhos de você. Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo.

8) O que você faz da sua vida é problema seu. Você tem todas as ferramentas e recursos de que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua.

9) As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Você só precisa olhar, ouvir e confiar.

10) Você se esquecerá de tudo isso e, ainda assim, você se lembrará.


Chérie Carter-Scott

In: 'If Life is a Game, These are the Rules'

Em: 'Se a Vida é um Jogo, Estas são as Regras'


28 de agosto de 2012

O ser reencarnante conserva suas impressões digitais?



 Diz a Ciência: não há uma impressão digital igual a outra. Será? Quando um fato desse é descoberto, pode ser indicativo de um caso de reencarnação?

Em 27 de maio de 1935, publico a "Gazeta do Recife" uma reportagem impressionante segundo a qual um espírita estudioso conseguiu obter duas impressões digitais idênticas. Sabe-se que é princípio assente em dactiloscopia não existirem duas impressões papilares idênticas, princípio que, neste caso, não foi derrogado, visto não se tratar de impressões de duas pessoas vivas, mas de duas pessoas que viveram em épocas diferentes.
O colecionador de impressões digitais é o Sr. João Apolinário dos Santos, técnico em dactiloscopia. De cada pessoa levava o Sr. Apolinário a impressão do polegar direito, por ter desenho básico, e, quando possível, registrava as dez impressões, dada a possibilidade de surgir alguém a quem faltasse um dedo.
Informa a "Gazeta do Recife" que, certo dia, João Apolinário, tendo visitado um amigo, o Sr. Manoel do Nascimento, pediu-lhe consentimento para realizar pesquisas dactiloscópicas com seus filhos e netos. Entre as crianças, figurava o menino José Odon, conhecido na família por Pipiu. O Sr. Apolinário começou a confrontar as impressões das crianças com as de pessoas falecidas. Foi então que descobriu perfeita igualdade entre os desenhos digitais do pequeno Pipiu e os de um velho amigo da família da criança, Pedro Guedes de Oliveira, morto havia cerca de 10 anos, em idade avançada.
Aquela extraordinária constatação evidenciava, a olhos visto, um processo palingenésico, levando-se em conta as relações de sincera amizade entre o "de cujus" e a família Nascimento. Satisfeito com sua importante descoberta, o Sr. Apolinário, no dia seguinte, foi até a residência do Sr. Manoel do Nascimento comunicar-lhe o que ocorrera, deixando em poder da família duas fichas dactiloscópicas, para que todos pudessem verificar sua igualdade absoluta.
A "Gazeta do Recife" levou o caso ao conhecimento do Instituto de Identificação de Pernambuco, que designou o técnico em dactiloscopia Estanislau Pereira de Souza, que emitiu, após acurados exames, o seguinte parecer:
"Não há dúvidas. Estou diante de um fato inédito. Há anos que examino fichas, na crença de que uma igualdade jamais seria verificada. São perfeitamente iguais os dois desenhos, apesar da diferença dos tamanhos. Ambos caracterizam por um verticilo espiralóide, com os mesmos dedos, que também se distanciam por igual número de linhas papilares. Aliás, segundo a ciência, 12 pontos bastariam para se atestar a igualdade de duas impressões. No entanto, no caso vertente, todos os pontos são perfeitamente iguais."
O jornal "Mundo Espírita", que então se editava no Rio de Janeiro, referiu-se largamente a esse mais do que sugestivo caso de reencarnação, em seu número 164, de 17 de junho de 1935.



Carlos Bernardo Loureiro
Postado Por; Blog Alma Espirita

Um só Espírito opera em todas as coisas


O Papa João Paulo segundo afirmou: “o diálogo com os mortos não pode ser interrompido...”

Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. (I Coríntios, 12: 11)

Já comentamos a respeito da afirmativa que diz que um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas. Que fique claro que vários são os Espíritos que podem se comunicar; todos os livros sagrados dão prova disso e nos dias de hoje, até a ciência pode comprovar a comunicação entre os dois planos.
A própria igreja católica já aceita essa comunicação, em 2 de Novembro de 1983 perante mais de vinte mil pessoas na Basílica de São Pedro o Papa João Paulo II afirmou:
"O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo". 
Em entrevista concedida à repórter Ilze Scamparini, o Padre Gino Concetti, um dos Teólogos mais competentes do Vaticano também afirma a mesma possibilidade de comunicação:
Ilze Scamparini : "Existe Comunicação entre os Vivos e os Mortos ?" 
Gino Concetti : "Eu creio que sim. Eu acredito e me baseio num fundamento teológico que é o seguinte : Todos nós formamos em Cristo, um Corpo místico, no qual Cristo é o Soberano. De Cristo emanam muitas graças, muitos dons, e se estamos todos unidos, formamos uma comunhão. E onde há comunhão, existe também comunicação." 
Ilze Scamparini : "O que o Senhor pensa do Espiritismo ?" 
Gino Concetti : "O Espiritismo existe. Há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. Mas, não é do modo fácil como as pessoas acreditam. Nós não podemos chamar o Espírito de Michelangelo ou de Raphael. Mas como existem provas nas Sagradas Escrituras, não se pode negar que existe essa possibilidade de comunicação".1
Não temos, portanto, nenhuma dúvida de que em breve esta possibilidade natural de comunicação será certeza em toda a humanidade.
Entretanto para isso é preciso humildade para reconhecermos que de planos mais altos, de rara espiritualidade, o mesmo Espírito opera todas essas coisas, isto é, o Espírito do Cristo, repartindo particularmente a cada um como quer, ou seja, dando a cada um de acordo com a sua adesão à Lei de Deus que, invisível aos olhos humanos, coordena e dirige todos acontecimentos universais.

Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. (I Coríntios, 12: 12)

O filósofo italiano Pietro Ubaldi nos afirma em sua obra de maior expressão, A Grande Síntese, que “todos os Seres tendem a reagrupar-se, à proporção que evoluem, em unidades coletivas, em colônias, em sistemas sempre mais abrangentes.”2 
Se tal acontecimento é uma verdade científica ainda não podemos precisar, há mistérios na Lei Diretora do Cosmos que para nós ainda é um grande desafio. Porém, o Espiritismo nos deixa transparecer que pode ser desta forma, pois o Espírito Paulo, o apóstolo, segundo as anotações de Kardec na questão 1009 de O Livro dos Espíritos nos diz que:  “Gravitar para a unidade divina, eis o fim da Humanidade”
Jesus também nos asseverou que Ele e o Pai eram um3, querendo com isso dizer não a mesma pessoa, mas que Ele já havia se unificado com Deus através da vivência plena de Sua Lei.
O preclaro filho de Tarso neste versículo aponta-nos por analogia, que, se os membros sendo muitos formam um só corpo, do mesmo modo é Cristo. Ou seja, que todos os cristãos, sendo muitos, mas em comunhão em Deus, formam um só corpo, o corpo de Cristo. Indo mais além em outro momento:
Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.4
Ou seja, esta comunhão com o Pai se dá através do perfeito ajuste uns dos outros, ou melhor, da perfeita harmonia reinante entre os próprios seguidores do Nazareno.
Jamais seremos plenamente idênticos, mas poderemos formar, se em harmonia, um organismo sem falhas onde hierarquia deixe de ser disputa entre superiores e inferiores, para se tornar comunhão por um objetivo maior que é o perfeito funcionamento do universo.
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Em matéria de mediunidade podemos também afirmar o mesmo. A orientação de Kardec é clara:
Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. (…) Toda reunião espírita deve, pois, tender para a maior homogeneidade possível. Está entendido que falamos das em que se deseja chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. Se o que se quer é apenas obter comunicações sejam estas quais forem, sem nenhuma atenção à qualidade dos que as deem, evidentemente desnecessárias se tornam todas essas precauções; mas, então, ninguém tem que se queixar da qualidade do produto.5
É imprescindível que toda prática mediúnica esteja vinculada à proposta reeducativa do Evangelho, pois o intercâmbio entre os dois planos da vida não tem como único objetivo a comprovação da imortalidade, mas também ampliar os potenciais do Espírito em bases de um amor adimensional.
Deste modo, médiuns ostensivos ou de sustentação, dirigentes e outros participantes de reuniões, devem comungar sentimentos nobres e superiores, cultivando sincera humildade, pois formarão, se assim acontecer, um só corpo, e corpo de Cristo.



Fonte: Rede Amigo Espírita

27 de agosto de 2012

Dom Helder Camara manifesta-se como espírito:


Recentemente foi lançado no mercado cultural um livro mediúnico trazendo as reflexões de um padre depois da morte, atribuído, justamente, ao Espírito Dom Helder Câmara, bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife, desencarnado no dia 28 de agosto de 1999 em Recife, Pernambuco.
É do conhecimento geral, principalmente dos católicos brasileiros: Dom Elder Câmara foi um dos fundadores da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro, cuja luta, nesse processo político da nossa história, o notabilizou no mundo todo, como uma das figuras mais expressivas do século XX, na defesa dos fracos contra a tirania dos fortes e dos pobres contra a usura dos ricos.
Pregava uma igreja simples voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi indicado quatro vezes para o prêmio Nobel da Paz.
Em 1969 - Doutor Honoris Causa, pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. Este mesmo título foi-lhe conferido por diversas universidades brasileiras e estrangeiras: Bélgica, Suíça, Alemanha, Holanda, Itália, Canadá e Estados Unidos. Foi intitulado cidadão honorário de 28 cidades brasileiras e da cidade de
São Nicolau, na Suiça e Rocamadour, na França.
Recebeu o prêmio Martin Luther King, nos EUA e o prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros prêmios internacionais.
Por isso, o livro psicografado pelo médium Carlos Pereira, da Sociedade Espírita Ermance Dufaux, de Belo Horizonte, causou muita surpresa no meio espírita e grande polêmica entre os católicos. O que causou mais espanto entre todos foi a participação de Marcelo Barros, monge beneditino e teólogo, que durante nove anos foi secretário de Dom Helder Câmara, para a relação ecumênica com as igrejas cristãs e as outras religiões. Marcelo Barros secretariou Dom Helder Câmara no período de 1966 a 1975 e tem 30 livros publicados.
Ao prefaciar o livro Novas Utopias, do Espírito Dom Helder, reconhecendo a autenticidade do comunicante, pela originalidade de suas idéias e, também, pela linguagem, é como se a Igreja Católica viesse a público reconhecer o erro no qual incorreu muitas vezes, ao negar a veracidade do fenômeno da comunicação entre vivos e mortos, e desse ao livro de Carlos Pereira, toda a fé necessária como o Imprimatur do Vaticano. É importante destacar, ainda, que os direitos autorais do livro foram divididos em partes iguais, na doação feita pelo médium, à Sociedade Espírita Ermance Dufaux e ao Instituto Dom Helder Câmara, de Recife, o que, aliás, foi aceito pela instituição católica, sem nenhum constrangimento.
No prefácio do livro aparece também o aval do filósofo e teólogo Inácio Strieder e a opinião favorável da historiadora e pesquisadora Jordana Gonçalves Leão, ambos ligados a Igreja Católica. Conforme eles mesmos disseram, essa obra talvez não seja uma produção direcionada aos espíritas, que já convivem com o fenômeno da comunicação, desde a codificação do Espiritismo; mas, para uma grandiosa parcela da população dentro da militância católica, que é chamada a conhecer a verdade espiritual, porque "os tempos são chegados"; estes ensinamentos pertencem à natureza e, conseqüentemente, a todos os filhos de Deus.
A verdade espiritual não é propriedade dos espíritas ou de outros que professam estes ensinamentos e, talvez, porque, tenha chegado o momento da Igreja Católica admitir, publicamente, a existência espiritual, a vida depois da morte e a comunicação entre os dois mundos.
Na entrevista com Dom Helder Câmara, realizada pelos editores, o Espírito comunicante respondeu as seguintes perguntas sobre a vida espiritual:


Dom Helder, mesmo na vida espiritual, o senhor se sente um padre?

Não poderia deixar de me sentir padre, porque minha alma, mesmo antes de voltar, já se sentia padre. Ao deixar a existência no corpo físico, continuo como padre porque penso e ajo como padre. Minha convicção à Igreja Católica permanece a mesma, ampliada, é claro, com os ensinamentos que aqui recebo, mas continuo firme junto aos meus irmãos de Clero a contribuir, naquilo que me seja possível, para o bem da humanidade.

Do outro lado da vida o senhor tem alguma facilidade a mais para realizar seu trabalho e exprimir seu pensamento, ou ainda encontra muitas barreiras com o preconceito religioso?

Encontramos muitas barreiras. As pessoas que estão do lado de cá reproduzem o que existe na Terra. Os mesmos agrupamentos que se formam aqui se reproduzem na Terra. Nós temos as mesmas dificuldades de relacionamento, porque os pensamentos continuam firmados, cristalizados em determinados pontos que não levam a nada. Mas, a grande diferença é que por estarmos com a vestimenta do espírito, tendo uma consciência mais ampliada das coisas podemos dirigir os nossos pensamentos de outra maneira e assim influenciar aqueles que estão na Terra e que vibram na mesma sintonia.

Como o senhor está auxiliando nossa sociedade na condição de desencarnado?

Do mesmo jeito. Nós temos as mesmas preocupações com aqueles que passam fome, que estão nos hospitais, que são injustiçados pelo sistema que subtrai liberdades, enriquece a poucos e colocam na pobreza e na miséria muitos; todos aqueles desvalidos pela sorte. Nos juntamos a todos que pensam semelhantemente a nós, em tarefas enobrecedoras, tentando colaborar para o melhoramento da humanidade.

Como é sua rotina de trabalho?

A minha rotina de trabalho é, mais ou menos, a mesma. Levanto-me, porque aqui também se descansa um pouco, e vamos desenvolver atividades para as quais nos colocamos à disposição. Há grupos que trabalham e que são organizados para o meio católico, para aqueles que precisam de alguma colaboração. Dividimo-nos em grupos e me enquadro em algumas atividades que faço com muito prazer.

Qual foi a sua maior tristeza depois de desencarnado? E qual foi a sua maior alegria?

Eu já tinha a convicção de que estaria no seio do Senhor e que não deixaria de existir.

Poder reencontrar os amigos, os parentes, aqueles aos quais devotamos o máximo de nosso apreço e consideração e continuar a trabalhar, é uma grande alegria. A alegria do trabalho para o Nosso Senhor Jesus Cristo.

O senhor, depois de desencarnado, tem estado com freqüência nos Centros Espíritas?

Não. Os lugares mais comuns que visito no plano físico são os hospitais; as casas de saúde; são lugares onde o sofrimento humano se faz presente.
Naturalmente vou à igreja, a conventos, a seminários, reencontro com amigos, principalmente em sonhos, mas minha permanência mais freqüente não é na casa espírita.

O senhor já era reencarnacionista antes de morrer?

Nunca fui reencarnacionista, diga-se de passagem. Não tenho sobre este ponto um trabalho mais desenvolvido porque esse é um assunto delicado, tanto é que o pontuei bem pouco no livro. O que posso dizer é que Deus age conforme a sua sabedoria sobre as nossas vidas e que o nosso grande objetivo é buscarmos a felicidade mediante a prática do amor. Se for preciso voltar a ter novas experiências, isso será um processo natural.

Mediunidade - Qual é o seu objetivo em escrever mediunicamente?

Mudar, ou pelo menos contribuir para mudar, a visão que as pessoas têm da vida, para que elas percebam que continuamos a existir e que essa nova visão possa mudar profundamente a nossa maneira de viver.

Qual foi a sensação com a experiência da escrita mediúnica?

Minha tentativa de adaptação a essa nova forma de escrever foi muito interessante, porque, de início, não sabia exatamente como me adaptar ao médium para poder escrever.

É necessário que haja uma aproximação muito grande entre o pensamento que nós temos com o pensamento do médium. É esse o grande de todos nós porque o médium precisa expressar aquilo que estamos intuindo a ele. No início foi difícil, mas aos poucos começamos a criar uma mesma forma de expressão e de pensamento, aí as coisas melhoraram. Outros (médiuns) pelos quais tento me comunicar enfrentam problemas semelhantes.

Foi uma surpresa saber que poderia se comunicar pela escrita mediúnica?

Não. Porque eu já sabia que muitas pessoas portadoras da mediunidade faziam isso. Eu apenas não me especializei, não procurei mais detalhes, deixei isso para depois, quando houvesse tempo e oportunidade.

Imaginamos que haja outros padres que também queiram escrever mediunicamente, relatarem suas impressões da vida espiritual.

Por que Dom Helder é quem está escrevendo?

Porque eu pedi. Via-me com a necessidade de expressar aos meus irmãos da Terra que a vida continua e que não paramos simplesmente quando nos colocam dentro de um caixão e nos dizem "acabou-se". Eu já pensava que continuaria a existir, sabia que haveria algo depois da vida física. Falei isso muitas vezes. Então, senti a necessidade de me expressar por um médium quando estivesse em condições e me fossem dadas as possibilidades. É isto que eu estou fazendo.

Outros padres, então, querem escrever mediunicamente em nosso País?

Sim. E não poucos. São muitos aqueles que querem usar a pena mediúnica para poder expressar a sobrevivência após a vida física. Não o fazem por puro preconceito de serem ridicularizados, de não serem aceitos, e resguardam as suas sensibilidades espirituais para não serem colocados numa situação de desconforto. Muitos padres, cardeais até, sentem a proteção espiritual nas suas reflexões, nas suas prédicas, que acreditam ser o Espírito Santo, que na verdade são os irmãos que têm com eles algum tipo de apreço e colaboram nas suas atividades.

Como o senhor se sentiu em interação com o médium Carlos Pereira?

Muito à vontade, pois havia afinidade, e porque ele se colocou à disposição para o trabalho. No princípio foi difícil juntar-me a ele por conta de seus interesses e de seu trabalho. Quando acertamos a forma de atuar, foi muito fácil, até porque, num outro momento, ele começou a pesquisar sobre a minha última vida física. Então ficou mais fácil transmitir-lhe as informações que fizeram o livro.

O senhor acredita que a Igreja Católica irá aceitar suas palavras pela mediunidade?

Não tenho esta pretensão. Sabemos que tudo vai evoluir e que um dia, inevitavelmente, todos aceitarão a imortalidade com naturalidade, mas é demais imaginar que um livro possa revolucionar o pensamento da nossa Igreja. Acho que teremos críticas, veementes até, mas outros mais sensíveis admitirão as comunicações. Este é o nosso propósito.

É verdade que o senhor já tinha alguns pensamentos espíritas quando na vida física?

Eu não diria espírita; diria espiritualista, pois a nossa Igreja, por si só, já prega a sobrevivência após a morte. Logo, fazermos contato com o plano físico depois da morte seria uma conseqüência natural. Pensamentos espíritas não eram, porque não sou espírita. Sem nenhum tipo de constrangimento em ter negado alguns pensamentos espíritas, digo que cheguei a ter, de vez em quando, experiências íntimas espirituais.

Igreja - Há as mesmas hierarquias no mundo espiritual?

Não exatamente, mas nós reconhecemos os nossos irmãos que tiveram responsabilidades maiores e que notoriamente tem um grau evolutivo moral muito grande. Seres do lado de cá se reconhecem rapidamente pela sua hombridade, pela sua lucidez, pela sua moralidade. Não quero dizer que na Terra isto não ocorra, mas do lado de cá da vida isto é tudo mais transparente; nós captamos a realidade com mais intensidade. Autoridade aqui não se faz somente com um cargo transitório que se teve na vida terrena, mas, sobretudo, pelo avanço moral.

Qual seu pensamento sobre o papado na atualidade?

Muito controverso esse assunto. Estar na cadeira de Pedro, representando o pensamento maior de Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma responsabilidade enorme para qualquer ser humano. Então fica muito fácil, para nós que estamos de fora, atribuirmos para quem está ali sentado, algum tipo de consideração.

Não é fácil. Quem está ali tem inúmeras responsabilidades, não apenas materiais, mas descobri que as espirituais ainda em maior grau. Eu posso ter uma visão ideológica de como poderia ser a organização da Igreja; defendi isso durante minha vida. Mas tenho que admitir, embora acredite nesta visão ideal da Santa Igreja, que as transformações pelas quais devemos passar merecem cuidado, porque não podemos dar sobressaltos na evolução. Queira Deus que o atual Papa Ratzinger (Bento XVI) possa ter a lucidez necessária para poder conduzir a Igreja ao destino que ela merece.

O senhor teria alguma sugestão a fazer para que a Igreja cumpra seu papel?

Não preciso dizer mais nada. O que disse em vida física, reforço. Quero apenas dizer que quando estamos do lado de cá da vida, possuímos uma visão mais ampliada das coisas. Determinados posicionamentos que tomamos, podem não estar em seu melhor momento de implantação, principalmente por uma conjuntura de fatores que daqui percebemos. Isto não quer dizer que não devamos ter como referência os nossos principais ideais e, sempre que possível, colocá-los em prática.

Espíritas no futuro?

Não tenho a menor dúvida. Não pertencem estes ensinamentos a nossa Igreja, ou de outros que professam estes ensinamentos espirituais. Portanto, mais cedo ou mais tarde, a nossa Igreja terá que admitir a existência espiritual, a vida depois da morte, a comunicação entre os dois mundos e todos os outros princípios que naturalmente decorrem da vida espiritual.

Quais são os nomes mais conhecidos da Igreja que estão cooperando com o progresso do Brasil no mundo espiritual?

Enumerá-los seria uma injustiça, pois há base em todas as localidades.
Então, dizer um nome ou outro seria uma referência pontual porque há muitos, que são poucos conhecidos, mas que desenvolvem do lado de cá da vida um trabalho fenomenal e nós nos engajamos nestas iniciativas de amor ao próximo.

Amor - Que mensagem o senhor daria especificamente aos católicos agora, depois da morte?

Que amem, amem muito, porque somente através do amor vai ser possível trazer um pouco mais de tranqüilidade à alma. Se nós não tentarmos amar do fundo dos nossos corações, tudo se transformará numa angústia profunda. O amor, conforme nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da humanidade.

Que mensagem o senhor deixaria para nós espíritas?

Que amem também, porque não há divisão entre espíritas e católicos ou qualquer outra crença no seio do Senhor. Não há. Essa divisão é feita por nós não pelo Criador. São aceitáveis porque demonstram diferenças de pontos de vista, no entanto, a convergência é única, aqui simbolizada pela prática do amor, pois devemos unir os nossos esforços.

Que mensagem o senhor deixaria para os religiosos de uma maneira geral?

Que amem. Não há outra mensagem senão a mensagem do amor Ela é a única e principal mensagem que se pode deixar. "


Livro: Novas Utopias

Autor: Dom Helder Câmara (espírito)

Médium: Carlos Pereira

Editora: Dufaux

site: http: //www.editoradufaux.com.br


Entrevista com Carlos Pereira:


17 de agosto de 2012

Convite ao Estudo


Há algum tempo, em visita a um núcleo de iniciantes da Doutrina Espírita, testemunhamos lamentável engano de interpretação doutrinária. Sempre entendemos que uma tribuna espírita, ou mesmo simples reunião para exame ou debate de temas evangélico-espíritas não podem ser franqueadas a pessoas desconhecedoras do assunto a tratar, ou àqueles que têm preferência por veicular ideias pessoais. Já várias vezes temos destacado, com base nos próprios ensinamentos da filosofia espírita, que opiniões pessoais absolutamente não servem à Doutrina que todos desejamos seguir. O Espiritismo é revelação transcendente, ciência celeste que nos convida a renovar nossos cabedais morais e intelectuais, a cultivar o bom senso, meditar profundamente, para reconhecer que essa filosofia, pelo Alto revelada, traz em seu bojo sutilezas que convém serem conhecidas antes que venhamos a apresentar-nos como expositores dos seus princípios.


Frequentemente, no entanto, assistimos a oratórias ditas evangélicas ou espíritas que mais comprometem a causa que se pretende divulgar. Temos tido notícias também de pessoas que se confundem e decepcionam diante de tais oratórias, pessoas que a elas acorrem a fim de se elucidarem, edificando-se na fé que julgam salvadora. Esse mal toma proporções mais graves quando os ouvintes são aprendizes jovens que procuram elucidação doutrinária com o fito de se orientarem seguramente para a vida, pois uma orientação falsa, baseada em sofismas ou opiniões pessoais, quer dos pontos evangélicos ou da filosofia espírita, pode até mesmo afastar da boa rota corações que anseiam pelos ensinamentos da Verdade.


O caso em pauta foi que certo adepto do Espiritismo, discorrendo sobre a crucificação de Jesus, disse a um grupo de jovens iniciantes que a morte do Mestre assim se deu devido à necessidade de um resgate; que Jesus devia à lei de Deus aquela situação, pois que era a reencarnação de Moisés e este, no seu tempo, procedera de molde a ter de expiar o próprio passado nos braços do martírio. Não fora a presença de espírito de um participante da reunião, que corajosamente protestou, e o absurdo seria consagrado como lição a um grupo de iniciantes da filosofia espírita. Diante disso, concluímos que faltou ao expositor o mais comezinho conhecimento evangélico-espírita, ao passo que sobraram os sofismas sobre a lei da reencarnação. Todos os ensinamentos doutrinários que temos colhido desautorizam a declarar que Jesus tivesse tido encarnações anteriores e ainda menos que tivesse agido de forma a sofrer a expiação do suplício na cruz.


O adiantamento espiritual de Jesus perde-se na noite dos tempos, segundo reza a revelação espírita autêntica, racional, além do que afirma o Evangelho. Aquele sacrifício ele o fez voluntariamente, em obediência a uma necessidade prevista pelos planos divinos, para o bem dos destinos do planeta. Vindo à Terra, Jesus sabia que enfrentaria terríveis sacrifícios, o martírio na cruz inclusive; mas não vacilou, deu a própria vida espontaneamente, e isso mesmo ele afirmou diante de uma assembleia a que indivíduos comuns também estavam presentes:


- “O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai” (João, cap. X, vv. 17 e 18).


Pode-se mesmo dizer que os capítulos 10, 14, 15, 16 e 17 de João apresentam a individualidade de Jesus de tal maneira que, a aceitar o Evangelho, já não poderemos crer que ele fosse diferente. De outra forma, o alvo da vinda de Jesus a este mundo não foi, certamente, o sacrifício na cruz, mas a doutrina que ele trazia do Alto para doar aos homens, doutrina que ele repetia não ser sua e sim do Pai, que o enviou.


O que redime a nossa personalidade não é, certamente, o fato de Jesus haver  “expiado os nossos pecados no martírio da cruz”, porquanto ele próprio afirmou que “a cada um seria dado segundo as suas obras”, mas a aceitação e consequente prática da doutrina por ele exposta e praticada. O sacrifício na cruz decorreu, é certo, da maldade e da ignorância dos homens, que não compreenderam Jesus, mas jamais da necessidade de ele sofrê-Io para se libertar de pecados anteriormente cometidos.


Nos primeiros versículos do capítulo I de João vemos ainda que, quando se iniciou a criação da Terra, Jesus-Cristo já era unificado com o Pai:


“Ele estava, no princípio, com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele; nada do que foi feito, foi feito sem ele. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas não a compreenderam.”


E, de fato, as trevas não compreenderam a vida e a luz que havia nele para nos serem transmitidas, pois, dois milênios após a sua passagem pela Terra ainda o confundem com João Batista. Sim, porque João Batista, segundo as palavras do próprio Mestre e a apreciação da Doutrina dos Espíritos, é que foi a reencarnação do profeta Elias. Quando encarnado na pessoa de Elias, este mandara decapitar setenta sacerdotes do terrível deus Baal, a fim de garantir a ideia da existência do Deus Único e Verdadeiro. Um compromisso grave, portanto, perante a lei de Deus, passível de punição, embora objetivasse a estabilização da idéia do verdadeiro Deus. Oitocentos anos depois, Elias reencarna na pessoa de João Batista e é decapitado durante um festim real de Herodes Ântipas. É um ensinamento lógico, racional, mesmo belo, de fácil aceitação, que encontramos claramente exposto no Evangelho. A cena no Monte Tabor, em que vemos a materialização de Moisés e Elias, ao lado do próprio Jesus e dos seus apóstolos Pedro, Tiago e João, é mais um desmentido categórico dessa estranha afirmativa de que Jesus e Moisés fossem o mesmo.


O estudo fiel e dedicado dos Evangelhos, portanto, e também da Doutrina dos Espíritos, é indispensável àquele que deseje prestar sua colaboração. Não se aprendem tais noções em um ou dois anos, ou apenas através de intuições ou, ainda, por ouvir falar a seu respeito. São aquisições difíceis, que requerem perseverança e muito amor, humildade e raciocínio isento de personalismo e conveniências. Há, sim, sutilezas importantes, detalhes significativos, dos quais somente após algum tempo de dedicação nos poderemos apossar. Teremos que nos renovar para a Doutrina: aprimorar a nossa moral, educar a mente e o coração, objetivando o Bem; examiná-Ia, analisá-Ia e aceitá-Ia ou rejeitá-Ia, mas jamais deturpá-Ia com as nossas opiniões pessoais, sempre prejudicadas.


Convém, pois, que alijemos as ideias particulares, os preconceitos, os sofismas que nos possam levar a interpretações inverídicas diante de corações sequiosos de conhecimentos espirituais, dado que o compromisso de levar a palavra da verdade ao público é grave e poderemos passar pelo desgosto de, um dia, reconhecermos que deturpamos os ensinamentos que do Alto recebemos para a nossa própria edificação, para edificação do próximo e “para maior glória de Deus”.





Frederico Francisco


Reformador (FEB) Dezembro 1972

15 de agosto de 2012

SERÁ NECESSÁRIO REESCREVER A CODIFICAÇÃO?




Há, no movimento espírita, por parte de algumas pessoas, uma ideia de se atualizar o conteúdo das obras da codificação. Dizem que Kardec estaria, em parte, ultrapassado, principalmente levandose em conta as novas conquistas da ciência. Há aqueles que dizem ser necessário reescrever a codificação ou, então, fazer nova edição “revista, corrigida e atualizada”, ajustando as respostas ao conhecimento científico moderno. Também há uma ideia de se fazer novas perguntas aos Espíritos visando rever certas respostas tidas como erradas. Isso é necessário? Não seria um desvirtuamento?
Salvo melhor entendimento de minha parte, penso ser um assunto que demanda certo cuidado para dele se tratar. Exponho minha opinião, respeitando a quem pensa de maneira diferente e sujeitandome a ser corrigido se, porventura, incorrer em erro de fundamentação, de conteúdo ou de argumentação.
No livro Eclesiastes, no Velho Testamento, está escrito, no capítulo 3 que “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Pode-se dizer que cada escrito guarda relação com o conhecimento do seu tempo. Há elementos que, na época da codificação, eram vistos sob um prisma diferente do que hoje se vê. Os Espíritos passavam informações em conformidade com o conhecimento de então, tal qual o Cristo o fez, conforme ele mesmo nos disse: “muitas coisas eu ainda vos tenho que dizer, mas vós não podeis suportá- las agora...”. (Jo 16: 12).
O conhecimento científico do século XIX estava se desabrochando e descobertas várias surgiram depois, principalmente no campo da física, química e biologia. A teoria de Darwin começava se esboçar, conceitos astronômicos modernos ainda estavam em embrião e por aí vai... É natural, então, que Allan Kardec ficasse inserido nesse contexto e que seus comentários guardassem relação com a época. Depois dele, no tempo imediato, outros pensadores avançaram no conhecimento científico-filosófico-espírita, dentre eles Leon Denis, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano, Alexandre Aksakov, Gabriel Delanne, Charles Richet, Cesare Lombroso, Willian Crookes e outros.
No tempo presente e passado próximo, tivemos ainda, Hernani Guimarães Andrade, Herculano Pires, Hermínio Miranda, Carlos Imbassahy, Deolino Amorim, Jorge Andréa, Sérgio Felipe, dentre outros que, em diversos campos, deram sua contribuição para o esclarecimento dos fatos espíritas. Tivemos, também, testemunhos práticos da verdade espírita nas pessoas de Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo e Chico Xavier. Da espiritualidade, por mãos laboriosas, Espíritos vários trouxeram-nos e, ainda nos trazem, informações preciosas, dentre eles, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Vianna de Carvalho, Victor Hugo, Manoel Philomeno de Miranda e vários outros.
Todos esses nomes contribuíram para a “atualização do pensamento espírita”, sem necessitar fazer mudanças nas obras trazidas por Allan Kardec. Nenhum deles solicitou novas edições ou mesmo notas explicativas em rodapés de páginas. Nem por isso deixaram de nos trazer novos ensinos (complementares ou mesmo atualizações).
Temos obras valiosas da filosofia, que foram escritas há séculos, seguindo padrões de cada época e nem por isso vemos pessoas querendo alterá- las. Protágoras, Tales, Demóstenes, Pitágoras e outros filósofos jônicos, eleáticos, atomistas buscavam o elemento primordial; e, todos, fizeram seus ensaios quanto a esse elemento, no entanto ninguém reescreve suas obras para mudar esses pontos. Sócrates, Platão, Pitágoras e outros não tiveram suas obras originais revisadas. De pintores famosos do renascimento, tivemos quadros inacabados, mas que  ninguém, depois deles, se propôs a acabá-los. Em que pesem os “erros” conceituais nas obras de Newton, Galileu, Copérnico, Keppler, Falópio, Descartes, Kant, Nitch, Hegel; nenhum deles teve suas obras alteradas... Outras as atualizaram sem, com isso, precisar reescrevê-las.
Os evangelhos... quantos exegetas e hermeneutas, além de historiadores, apontaram “falhas” de estrutura ou construção historiográfica? Continuam, os evangelhos, intactos, servindo-nos de fonte inesgotável de bons ensinos. Apóstolos, dentre eles Saulo Paulo de João Ferreira de Almeida e, com isso, acabaram com a profundidade semântica do texto). Que novos conhecimentos sejam trazidos a lume; que novas obras, bem fundamentadas no conhecimento científico-filosófico, surjam; que congressos e mais congressos apresentem experimentos científicos, mas que tudo isso seja publicado como obra nova, tal qual tivemos a obra de André Luiz, que nos descortinou o mundo espiritual sem, com isso, “alterar” nada nas obras kardecianas. Talvez seja vaidade intelectual naqueles que se sentem “ridicularizados” com as questões contidas nos livros kardecianos e que hoje não se coadunam com os novos conhecimentos científicos. Isso não diminui, não enfraquece, não ridiculariza a obra primeira, pelo contrário, dá-nos a oportunidade de mostrar que não há cristalização no pensamento espírita, pois obras novas, sérias, se inserem no conjunto espiritista, sem que, com isso, desrespeitem a originalidade das obras primeiras, kardecianas. A base é o ensino trazido a Kardec e por Kardec. Os subsídios ou “complementos” serão frutos de novas e reais descobertas. Aprendamos mais com as obras novas que se mostrarem fundamentadas na boa lógica e nas reais descobertas científicas, sem, com isso, ser necessário mudar, revisar ou atualizar o conteúdo dasobras kardecianas. Tarso, escreveram suas epístolas, suas orientações, trazendo alguns pontos que os evangelhos não abordaram, mas não se propuseram a contraditar nada do que já estava escrito. No Atos dos Apóstolos há os ágrafos, que são passagens sobre Jesus, que não se encontram nos evangelhos. Os escritores da fértil época do Cristianismo nascente, dentre eles Orígenes, Atanásio, Antão, Agostinho e Crisóstemo deixaram bons escritos, bases interessantes para a exegese bíblica e, depois deles, mesmo os reformadores (aqui incluo todos os pensadores, quer protestantes ou não) não reescreveram suas obras, apenas deram seguimento ao conteúdo sem, com isso, fazerem ilações quanto a estarem certas ou erradas, atualizadas ou não.
Assim, não vejo o porquê de tanta celeuma. Deixemos a obra kardeciana intacta, da forma que foi escrita, sem notas de rodapé ou reedições “revistas e atualizadas”. (Fizeram isso, ou seja, atualizaram e revisaram a tradução bíblica de João Ferreira de Almeida e, com isso, acabaram com a profundidade semântica do texto). Que novos conhecimentos sejam trazidos a lume; que novas obras, bem fundamentadas no conhecimento científico-filosófico, surjam; que congressos e mais congressos apresentem experimentos científicos, mas que tudo isso seja publicado como obra nova, tal qual tivemos a obra de André Luiz, que nos descortinou o mundo espiritual sem, com isso, “alterar” nada nas obras kardecianas.
Talvez seja vaidade intelectual naqueles que se sentem “ridicularizados” com as questões contidas nos livros kardecianos e que hoje não se coadunam com os novos conhecimentos científicos. Isso não diminui, não enfraquece, não ridiculariza a obra primeira, pelo contrário, dá-nos a oportunidade de mostrar que não há cristalização no pensamento espírita, pois obras novas, sérias, se inserem no conjunto espiritista, sem que, com isso, desrespeitem a  originalidade das obras primeiras, kardecianas.
A base é o ensino trazido a Kardec e por Kardec. Os subsídios ou “complementos” serão frutos de novas e reais descobertas. Aprendamos mais com as obras novas que se mostrarem fundamentadas na boa lógica e nas reais descobertas científicas, sem, com isso, ser necessário mudar, revisar ou atualizar o conteúdo das obras kardecianas.

Simão Pedro de Lima/Patrocínio/MG
Do Jornal VIDA ESPÍRITA – Uberlândia – MG – Abril 2012

14 de agosto de 2012

CHAMO-ME AMOR


QUANDO, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos Busca-Me: eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;

QUANDO te julgares incompreendido pelos que te circundam
e vires que em torno a indiferença recrudesce, acerca-te de Mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos;

QUANDO se te extinguir o ânimo, as vicissitudes da vida,
e te achares na eminência de desfalecer, chama-Me: eu sou a FORÇA, capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do mundo;

QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte
e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de Mim: eu sou o REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e tranqüilidade para o teu espírito;

QUANDO te faltar a calma, nos momentos de maior aflição,
e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito,
invoca-Me:eu sou a PACIÊNCIA, que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis;

QUANDO te abateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grita por Mim: eu sou o BÁLSAMO, que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;

QUANDO o mundo te iludir com suas promessas falazes
e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança,
vem a Mim: eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder à fraqueza de tuas atitudes e à exelsitude de teus ideais;

QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem o coração
e tudo te causar aborrecimento, clama por Mim: eu sou a ALEGRIA,que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;

QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais belos
e te sentires no auge do desespero, apela para Mim:eu sou a ESPERANÇA, que te robustece a fé e acalenta os sonhos;

QUANDO a impiedade se recusar a relevar-te as faltas
e experimentares a dureza do coração humano,
procura-Me: eu sou o PERDÃO, que te eleva o ânimo e promove a reabilitação de teu espírito;

QUANDO duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções,
e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim: eu sou a CRENÇA, que te inunda de luz o entendimento e te reabilita para a conquista da felicidade;

QUANDO já não aprovares a sublimidade de uma afeição sincera e te desiludires do sentimento de seu semelhante,
aproxima-te de Mim: eu sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;

QUANDO, enfim, quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

Eu sou a dinâmica da Vida e a  harmonia da Natureza;
chamo-me
AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.

Estende-me, pois, a tua mão, ó alma filha de minhalma, que eu te conduzirei, numa seqüência de êxtases e deslumbramentos, às serenas mansões do Infinito, sob a luz brilhante da Eternidade.

Rubens Romanelli