24 de novembro de 2011

Palestra: "A Atualidade de O Livro dos Médiuns" Com: André Luiz Sobreiro .

 

Parte 1



Parte 2

Seminário A Atualidade de O Livro dos Médiuns - André Luiz Sobreiro, realizado no dia 20.11.2011 no C.E. Bezerra de Menezes da cidade de Jales-SP

17 de novembro de 2011

UMA CARTA PARA O SR. ALLAN KARDEC



Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.
Fazia frio.
Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.
A pressão aumentava...
Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.
Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail - a doce Gabi -, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.

O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu.
"Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.
Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. "Seria fácil, não sei nadar"- pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a ponte Marie.
Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera.
Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça do poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
"Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. - A. Laurent."
Estupefato, li a obra - "O Livro dos Espíritos" - ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver."
Ainda constava da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de "O Livro dos Espíritos" ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme:
"Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. - Joseph Perrier."

Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Aconchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.
Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima..."

(Hilário Silva - O Espírito da Verdade, 52, FEB)

16 de novembro de 2011

O Filme Dos Espíritos:




Fui ver O FILME DOS ESPÍRITOS. Simples, objetivo e forte! Sim, forte na mensagem que transmite, na emoção que provoca. Pela mensagem do aborto já vale o filme. Pela naturalidade com que aborda a imortalidade, igualmente tocante. É muito emocionante ver O Livro dos Espíritos ser tratado com respeito e divulgado.
Os princípios fundamentais foram tratados de forma geral, com destaque em alguns pontos específicos e essenciais para a abordagem do filme.
O respeito à vida e o trabalho das Casas André Luiz são mesmo o ponto forte do filme. Emocionei-me com a conclusão, ao ver a imortalidade tratada com tanta naturalidade, trazendo realmente o que ocorre, conforme aprendemos no próprio O Livro dos Espíritos.
Para quem está habituado à prática espírita, é muito agradável ver seus pontos fundamentais serem tratados de forma tão natural. A prática mediúnica, o amor ao semelhante, a fé em Deus, o estímulo à bondade, o esclarecimento quanto às conseqüências do suicídio e o aborto e as lições vivas da obra são apresentados de forma leve e agradável ao público. Gostei muito e quero cumprimentar atores, produtores e distribuidores. Estão mesmo de parabéns!
É mesmo um esforço coletivo para semear na mentalidade humana as noções simples de nossa própria natureza: filhos de Deus, seres imortais, responsáveis pela própria vida e autores da própria felicidade ou das próprias tragédias. Meu amigo, minha amiga!
Vá ver o filme. É marcante!
Lotemos os cinemas para que permaneça muitos dias em cartaz e seja levado a muitas cidades!
Quando se poderia imaginar, há dez anos apenas, um filme inspirado em O Livro dos Espíritos?!
A homenagem é justa e muito oportuna.



Por: Orson Peter Carrara

15 de novembro de 2011

Cuidado : Não transforme seus filhos em futuros delinquentes



 
Quando se fala em delinquência, muitos pais sofrem só em pensar no que esse termo representa.
Alguns de nós pensamos e repensamos em como pode uma criança, dócil e amável durante a infância, tornar-se um delinquente mais tarde.
Nós não nos damos conta, mas somos, enquanto educadores, os maiores responsáveis pela delinquência que vige no mundo.
O Departamento de Polícia de Houston, Texas, elaborou uma lista, enumerando 9 maneiras fáceis de criar um delinquente. A lista é a seguinte:

1. Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer,  acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja.
2. Quando ele disser palavrões, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.
3. Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue à maioridade e "decida por si mesmo".
4. Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.
5. Discuta com frequência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.
6. Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades pelas quais você passou?
7. Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. (Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.)
8. Tome o partido dele contra vizinhos e policiais. (Todos têm má vontade para com o seu filho.)
9. Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "Nunca consegui dominá-lo."
Por último, uma advertência: prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido castigo.

Quando nos queixamos do desgosto por que nos fazem passar os filhos, normalmente esquecemos todos esses detalhes enumerados pela Polícia de Houston.
E enquanto nossos filhos ainda são crianças imaginamos que jamais venham a delinquir.
Em verdade é esse o nosso mais profundo desejo. No entanto, é bem possível que nos equivoquemos procurando acertar. Procurando fazer o melhor para esses seres tão queridos aos nossos corações.
Se temos a intenção de fazer de nossos filhos cidadãos responsáveis e dignos, comecemos a prestar mais atenção na forma de educação que lhes damos.
Ensinar-lhes a tolerar frustrações, ensinar-lhes disciplina, responsabilidade, é de bom senso.
Consideremos sempre que nossos filhos são Espíritos reencarnados, e como tal, trazem consigo a bagagem de erros e acertos conquistados ao longo das existências.
Todos renascemos para crescer na escala evolutiva. Sejamos os impulsionadores daqueles a quem Deus nos confiou a educação.
Dessa forma, de nada teremos que nos arrepender mais tarde, quando tivermos que prestar contas às Leis Divinas.

É na adolescência que o Espírito retoma a bagagem de experiências acumuladas ao longo da sua caminhada evolutiva.
É que na adolescência o corpo e o psiquismo já estão preparados para receber essas informações.
Não é outro o motivo pelo qual muitos pais desconhecem os filhos, que passam a ser outra pessoa, dizem, quando chegam à adolescência.
Até aos 7 anos de idade a criança é mais receptiva aos ensinamentos.
Por isso, devemos nos esmerar para passar uma educação efetiva, de forma que essa possa suplantar as informações equivocadas que porventura traga o nosso filho, de existências anteriores.

Redação do Momento Espírita, com base em mensagem
volante atribuída à Polícia de Houston,Texas – USA.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.
Em 18.01.2010.

Doutrina Espírita




Tu ansiavas pelos dias futuros e te angustiavas na incerteza de como seria esse porvir;

A Doutrina Espírita iluminando-te, esclareceu que tua vida futura é fruto da tua construção, hoje, dos dias de amanhã.

Magoado, tu argüías a Divindade acerca das desilusões e desenganos advindos da falência dos teus mais caros afetos;

A Doutrina Espirita ensinou-te que ressarces junto ao companheiro ingrato e faltoso, pesada dívida do teu passado delituoso.

Entristecido, contemplavas com desânimo os filhos difíceis e recalcitrantes, e perguntavas: por quê?

A Doutrina Espirita, compassiva, respondeu-te que recebeste, como filhos, espíritos que necessitavam educação e amor para não desperdiçarem a oportunidade reencarnatória.

Temeroso, muitas vezes indagaste sobre as religiões e qual seria a verdadeira;

A Doutrina Espirita mostrou-te que a fé raciocinada, que enfrenta a razão face a face, e a religião sem medo ou enganos, que esclarece e educa, respondendo integralmente às tuas dúvidas.

Ainda nesse plano, quantas vezes te afligiste acerca da Justiça Divina, temeroso que eras das penas eternas;

A Doutrina Espirita raiando em ti, clareou-te a Lógica fazendo-te compreender que através da reencarnação tens a oportunidade, inestimável, de resgatar as dividas do passado e que não estás destinado, assim como ninguém, às penas eternas que, afinal, não existem.

Desse modo, a Doutrina libertou-te para o amor de Deus, nosso Pai amantíssimo, do qual és filho dileto.

Assim, ao longo da tua convivência com a Doutrina Espírita descobriste e vislumbraste novos horizontes, que te libertaram dos atavismos religiosos, enquanto te consola dos temores e aflições pertinentes ao teu intimo.

Sê grato a esta Doutrina de amor, esclarecimento, amparo e consolo.

Honra a Doutrina abençoada, dignificando-a com os teus atos, evitando, por todas as maneiras, retornar aos hábitos displicentes e distraídos do teu passado recente.

Ama a Doutrina Espírita e arrima-te a ela, o Consolador prometido que chegou para ti.



Autor: Amélia
Psicografia de Vera Cohim

14 de novembro de 2011

O Centro Espírita



O Centro de Espiritismo Evangélico, por mais humilde, é sempre santuário de renovação mental em direção da vida superior.

Nenhum de nós que serve, embora com a simples presença, a uma instituição dessa natureza, deve esquecer a dignidade do encargo recebido e a elevação do sacerdócio que nos cabe.

Nesse sentido, é sempre lastimável duvidar da essência divina da nossa tarefa. O ensejo de conhecer, iluminar, contribuir, criar e auxiliar, o que uma organização nesses moldes nos faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma sementeira de simpatia que nosso espírito, ainda não burilado, deixou à distância, no pretérito escuro que até agora não resgatamos de todo.

Um Centro Espírito é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna.

Quando se abrem as portas de um templo espírita cristão ou um santuário doméstico dedicado ao culto do Evangelho, uma luz divina acende-se nas trevas da ignorância humana e através de raios benfazejos desse astro de fraternidade e conhecimento, que brilha para o bem da comunidade, os homens que dele se avizinham, ainda que não desejem, caminham, sem perceber, para vida melhor.

Ditado pelo Espírito Emmanuel. Psicografada por Francisco Cândido Xavier em Pedro Leopoldo (MG), em 10.04.1950.

Texto extraído do Jornal "Correio do Quilo" - Julho/2000 - n.º 110
Autor: Francisco Cândido Xavier

O Espantalho.


O astuto comandante de entidades das trevas reuniu a pequena expedição de companheiros que voltavam da esfera física, onde haviam ido em combate aos espíritas, e lhes tomava contas.
_Eu, _ dizia um dos perseguidores, sarcasticos, _torturei a cabeça de fervoroso pregador de Kardec, impedindo-lhe o acesso à tribuna por mais de dois meses.
_Ótimo! _ falou o chefe _entretanto, isso terá trazido muitos benfeitores ao socorro preciso.
_Eu, _ chacoteou um deles _consegui provocar a queda de uma criança anulando o concurso de operosa médium passista por duas semanas.
_Excelente! _ concordou o diretor das sombras _más não resolve porque muita gente do plano superior terá vindo...
Outros relacionaram atividades inferiores diversas sem que o mentor cruel demonstrasse encantamento maior.
Um deles informou, porém:
_Eu encontrei um grupo de espíritas convictos e devotados, mas passei a frequentar o pensamento, dizendo-lhes que eles eram imperfeitos, imperfeitos e imperfeitos, até que todos acreditaram não valer mesmo nada... Então aí todos cruzaram os braços e começaram a dormir em abatimento e desânimo.
O tenebroso dirigente deu enorme gargalhada e recomendou a turma sombria a levantar, com urgência, em cada sementaeira do Espiritismo, o espantalho da imperfeição...

Hilário Silva.
(Do livro "Ideal Espírita", psicografia de Francisco Cândido Xavier, Comunhão Espírita Cristã, 2005)

11 de novembro de 2011

ESPIRITISMO EM MARCHA:



O Espiritismo cresce numa proporção que excede todas as previsões

Em uma de suas viagens a Lyon, Allan Kardec pro­feriu um discurso dirigido aos espíritas lioneses, no qual externou o seu contentamento ao testemunhar o flo­rescimento e influência positiva do Espiritismo em sua cidade natal.
Se Kardec visitasse a Instituição Espírita que frequentamos, ficaria assim também tão feliz?   E com
os espíritas contemporâneos só teria ale­grias?   Eis as questões que se impõem e nas quais
devemos meditar!

Essa joia histórico-literária está in­cluída na "Revue Spirite" de outubro de 1861 da qual pinçamos os seguintes extratos:
"Senhoras e senhores, todos vós, meus caros e bons irmãos em Espiritismo.
Se há circunstâncias em que se possa lamentar a insuficiência de nossa pobrelinguagem humana, é quando se trata de exprimir certos sentimentos, e tal é, neste momento, a minha posição...  O que
eu sinto, ao mesmo tempo, é uma surpresa bem agradável quando vejo o terreno imenso que a Doutrina Espírita ganhou entre vós, há um ano, e admiro a Pro­vidência; uma alegria indizível pela visão do bem que ela aqui produz, de consolações que ela derrama sobre tantas dores, ostensivas ou ocultas, e disso deduzo o futuro que a espera; é uma felicidade inexprimível reen­contrar-me no meio desta família, tornada tão numerosa em tão pouco tempo e que aumenta todos os dias; é, enfim, e acima de tudo, uma pro­funda e sincera gratidão pelos testemunhos de simpatia que recebo de todos vós.

(...) Ficai bem convencidos de que o que mais me honra nesta circuns­tância, o de que, com razão, posso estar orgulhoso, é a cordialidade e a sinceridade da acolhida, o que se en­contra muito raramente nas recepções pomposas, porque aqui não há más­caras sobre os rostos.
 (...) Esta reunião, disso não du­videis, tem um caráter pessoal e pro­videncial; uma vontade superior a provocou; mãos invisíveis a isso vos impeliram, com o vosso desconheci­mento e talvez um dia
ela marcará nos fastos do Espiritismo.   Possam nossos irmãos futuros se lembrar deste dia memorável em que os espíritas lio­neses, dando o exemplo de união e de concórdia, deram os primeiros passos da aliança que deve existir entre os espíritas de todos os países do mundo; porque o Espiritismo, res­tituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na Criação, constatando a su­perioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os ho­mens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais só o or­gulho fundou castas e os estúpidos preconceitos da cor.


O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que só tem por base os frágeis laços da matéria, porque esses laços são imperecíveis, ao passo que os do Espírito são eternos. Esses laços, uma vez bem compre­endidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e mais tarde sobre a legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essas anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média estarrecem os homens de hoje.  Mas isto é obra do tempo!...  Deixemos a Deus o cui­dado de fazer chegar cada coisa à sua hora; esperemos tudo de Sua sabe­doria e agradeçamo-lo somente
por nos ter permitido assistir à aurora que se eleva para a Humanidade, e de nos ter escolhido como os pio­neiros da grande obra que se prepara.  Que Ele se digne derramar Sua bênção sobre esta assembléia, a pri­meira onde os adeptos do Espiritismo estão reunidos em tão grande número, num sentimento de verdadeira con­fraternização.  Digo verdadeira confraternização, porque tenho a íntima convicção de que todos aqui presentes, não trazem nenhuma outra; mas não duvideis que numerosas coortes de Espíritos estão aqui entre nós, quenos escutam neste momento, espiam todas as nossas ações, e sondam os pensamentos de cada um, investigando sua força ou sua fraqueza moral.  Os sentimentos que os animam são bem diferentes; se uns estão felizes com esta união, outros crede-o bem, estão horrivel­mente enciumados com ela; cabe-vos a todos vós, bons e sinceros espíritas, provar-lhes que perdem seu tempo, e que se enganam crendo encontrar aqui corações acessíveis às suas pérfidas sugestões.  Invocai, pois, com fervor a assistência de vossos anjos guardiães, a fim de que afastem de vós todo pensamento que não seria para o bem; ora, como o mal não pode ter a sua fonte no bem, o simples bom senso nos diz que todo pensamento mau não pode vir de um bom Espírito, e um pensamento é necessariamente mau quando é contrário à lei de amor e de caridade; quando ele tem por móvel a inveja e o ciúme, o orgulho ferido, ou mesmo uma pueril susceti­bilidade de amor-próprio melindrado, irmão gêmeo do orgulho, que levaria a olhar seus irmãos com desdém.   Amor e caridade para todos, disse o Espiritismo; amarás o teu próximo como a ti mesmo, disse o Cristo: isto não é sinônimo?

Eu vos felicitei, meus amigos, pelo progresso que o Espiritismo fez entre vós, e estou feliz por constatá-lo.  Felicitai-vos, de vosso lado, daquilo que esse progresso é por toda parte; sim, este último ano viu, em todos os países, o Espiritismo crescer numa  proporção que excedeu todas as esperanças; ele está no ar, nas aspirações de todos, e por toda a parte onde encontra eco, bocas que repetem:  Eis o que eu esperava, o que uma voz  secreta me fazia pressentir.  Mas o  progresso se manifesta ainda sob uma nova fase: É a coragem de sua opinião,  que não existia ainda há pouco tempo.
  Não era senão em segredo, às escon­didas que dele se falava; hoje se confessa espírita tão claramente quanto se confessa católico, protestante ou judeu; afronta-se a zombaria, e essa ousadia se impõe aos escarnecedores, que são como esses cãezinhos que correm atrás daqueles que fogem, e fogem se são perseguidos; ela dá co­ragem aos tímidos, e revela, em muitas localidades, numerosos espíritas que se ignoravam mutuamente.  Pode deter-se esse movimento?  Eu o digo claramente:  Não! Lançou-se mão de tudo para isso: Sar­casmos, zombarias, ciência, anátema, e ele tudo suplantou sem retardar a sua marcha num segundo; cego, pois, quem não veja aí o dedo de Deus. Pode-se entravá-lo; detê-lo jamais, porque se não correr à direita, ele correrá pela esquerda.
Vendo os benefícios morais que proporciona, as consolações que dá, os crimes mesmo que já impediu, pergunta-se quem pode ter interesse em combatê-lo. Ele tem contra si pri­meiro os incrédulos que o injuriam: estes não são de temer, uma vez que seus dardos afiados se quebram contra a sua couraça; os ignorantes que o combatem sem conhecê-lo: Estes são os mais numerosos; mas a verdade, combatida pela ignorância, jamais teve a temer, porque os ignorantes
se refutam eles mesmos sem o querer. A terceira categoria de adversários é a mais perigosa, porque é tenaz e pér­fida; ela se compõe de todos aqueles cujos interesses materiais podem ser feridos; combatem na sombra, e as setas envenenadas da calúnia não lhes faltam.  Eis os verdadeiros inimigos do Espiritismo! Vencerão? Não; por­que não é dado ao homem se opor à marcha da Natureza, e o Espiritismo está na ordem das coisas naturais; será preciso pois, que cedo ou tarde tomem o seu partido, e que aceitem o que será aceito por todo o mundo. Não, não o vencerão; serão eles que serão vencidos!”      
                                                 

Rogério Coelho (foto) reside na cidade mineira de Muriaé, situada na Zona da Mata de Minas Gerais. Jornalista por formação, Rogério Coelho já exerceu diversas funções dentro de casas espíritas, desde secretário até diretor do departamento. Atualmente, preside a Sociedade Muriaeense de Estudos Espíritas e prossegue incansável na divulgação do Espiritismo na tribuna e por meio de jornais e vários periódicos espíritas nacionais e estrangeiros, incluindo-se aí “O Clarim”, a “Revista Internacional do Espiritismo”, ambos de Matão-SP, “O Reformador”, da FEB; “Presença Espírita” da Mansão do Caminho, de Salvador; entre outros.

Autor do livro Visão Espírita do Evangelho.

O MÉDICO INTERNO




Crêem muitos discípulos do Espiritualismo que todas as ocorrências desagradáveis da existência terrestre resultam de punições da Divindade ou de resgates impostos pelos erros do passado, próximo ou anterior.
Certamente a crença generalizada merece reparos, por não se ajustar totalmente à linguagem dos fatos.
O conceito sobre uma Divindade punitiva e cruel encontra-se defasado diante da nova compreensão do amor, que é recurso dinâmico a viger em todo o Universo.
Jamais a Consciência Cósmica se imiscuiria mediante atos de perversidade aplicados contra as frágeis criaturas humanas, ignorantes da sua realidade e destinação, ainda atravessando as áreas primárias do seu desenvolvimento.
Deus-Amor irradia-se em energia vitalizadora e reparadora, a tudo e a todos mantendo em equilíbrio, mesmo quando, aparentemente, algumas desconexões e desarranjos parecem perturbá-lo.
O processo de evolução dá-se através do desgaste como do aprimoramento, da doença e da saúde, da queda e do soerguimento...
Da mesma forma, há ocorrências que são conseqüências da invigilância, da irresponsabilidade, do desamor de cada ser. Nem sempre, portanto, as enfermidades podem ser consideradas como processos cármicos em mecanismos de reparação.
O organismo é excelente máquina constituída por equipamentos delicados, que são comandados pelo Espírito através do cérebro.
Quando o indivíduo tem a propensão para o pessimismo, o ressentimento, o desamor, cargas deletérias são elaboradas e atiradas nos mecanismos encarregados de preservar-lhe a organização somática, produzindo-lhe inúmeros males.
Igualmente, as disposições otimistas e afetuosas produzem energias refazentes, que recuperam os desarranjos momentâneos dos complexos órgãos que constituem a maquinaria fisiológica.
O corpo humano é laboratório de gigantescas possibilidades, sempre suscetível de autodesarranjar-se ou auto-recompor-se conforme as vibrações emitidas pela mente.
A mente representa-lhe o centro de controle que envia as mensagens mais diversas para todos os pontos da sua organização.
Uma emoção qualquer ocasiona descarga de adrenalina na corrente sangüínea, produzindo sensações equivalentes ao tipo de agente desencadeador.
Assim sendo, encefalinas e endorfinas são secretadas pelo cérebro sob estímulos próprios, produzindo imediatos efeitos no aparelho físico. Enzimas outras são produzidas com cargas positivas ou negativas, conforme a ordem mental, que contribuem para a manutenção da saúde ou a piora da enfermidade.
Auto-reparador, o aparelho circulatório, de imediato à agressão, reúne a fibrina dos vasos procurando elaborar coágulos-tampões que impedem a hemorragia e preservam a vida. Também ocorre o mesmo em referência às enfermidades - o câncer, a "aids", as paralisias, as enfermidades cardíacas e outras - que sob o comando mental correto vitalizam o sistema imunológico, produzindo diversas células com poder quimioterápico mediante o qual bombardeiam as células rebeldes e doentes, destruindo-as, da mesma forma isolando as portadoras de degenerescência e favorecendo as saudáveis, assim restaurando a saúde ou facultando maior sobrevida.
Afinal, o mais importante na área da saúde não é o tempo de vida - o número de anos que se frua - mas a intensidade, o bem-estar, a alegria e os objetivos vivenciados.
A morte é inevitável e constitui bênção em relação à experiência física; no entanto, a forma como cada qual se comporta no corpo é que se torna essencial.
Há, no corpo humano, um médico às ordens da mente, que o Espírito encarnado comanda, aguardando a diretriz para agir corretamente.
Desconsiderado, deixa de atuar, superado pelos fatores destrutivos, igualmente ínsitos na organização fisiológica, prontos à desgastante tarefa da doença e da degenerescência celular.
Esse médico interior pode e deve ser orientado pelo pensamento seguro, pelas disposições do ânimo equilibrado, pela esperança de vitória, pela irrestrita fé em Deus e na oração, que estimulam todas as células para o desempenho correto da finalidade que lhes diz respeito.

Joanna de Ângelis.

8 de novembro de 2011

O que significa a cepa nos livros de Kardec?


Este símbolo, uma cepa(1) foi o desenho manuscrito pelos espíritos na ocasião da primeira publicação de LE LIVRE DES ESPIRITS, original em francês de O LIVRO DOS ESPÍRITOS de ALLAN KARDEC.
Embora hajam algumas divergências de interpretação, tanto em relação as publicações originais em francês, como nas traduções para o português, este seria o significado mais próximo do desenho:
o corpo é a rama da videira, a alma ou espírito unido à matéria é a uva e o espírito é o líquido dentro da uva, seu suco. Através do trabalho, o ser humano transforma o suco em vinho, ou seja, a destila, retira sua quintessência, transforma o espírito em um espírito do mais alto grau, superior, evoluído.
A sua utilização na capa das obras da codificação básica não encerra em si nenhum misticismo, mas simplesmente um significado simbólico.


(1) cepa: tronco da videira, donde brotam os sarmentos” (sarmento – vide: rebento da videira, braço ou vara da videira)
Bibliografia:
KARDEC, Allan. O LIVRO DOS ESPÍRITOS. IDE, 2003