11 de março de 2025

DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO: UM CHAMADO À REFLEXÃO SOB A ÓTICA ESPÍRITA

 



Vivemos em uma sociedade repleta de desafios morais, onde as decisões das grandes instituições muitas vezes refletem valores que moldam o futuro. Recentemente, algumas empresas de renome, como Meta, Amazon e McDonald's, anunciaram o fim de seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Essa decisão não é apenas corporativa; ela levanta questões éticas profundas que merecem nossa reflexão.
Como espírita e cidadão comprometido com a construção de um mundo mais justo, vejo essas ações com grande preocupação. Os valores de DEI não são meros conceitos modernos, mas refletem princípios universais de justiça e fraternidade. Ignorá-los é negar o progresso moral que tanto almejamos.
A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, ensina que todos somos filhos de Deus e, portanto, iguais em essência. A questão 803 do Livro dos Espíritos afirma que "o Sol brilha para todos", lembrando-nos que as diferenças humanas – sejam elas de raça, gênero ou religião – fazem parte do plano divino. Promover a inclusão é reconhecer e respeitar essa diversidade como uma manifestação da criação divina.
Quando Jesus nos ensinou a "amar ao próximo como a si mesmo", ele deixou claro que nosso dever é cuidar de todos, especialmente dos mais vulneráveis.
Ao eliminar iniciativas de inclusão, empresas negligenciam sua responsabilidade social e deixam de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. É importante lembrar que a caridade, segundo o Espiritismo, não se limita a gestos individuais, mas abrange ações coletivas que promovam o bem comum.
Na questão 806 do Livro dos Espíritos, os Espíritos nos alertam sobre a importância de combater o abuso de poder e de usar nossas forças para apoiar os mais fracos. Retirar programas que promovem a equidade é fechar os olhos para essa responsabilidade moral.
Além disso, o egoísmo e o orgulho, identificados por Kardec como as maiores chagas da humanidade, são reforçados por essas decisões. O progresso moral da humanidade, conforme a questão 793, depende de compreendermos a igualdade entre os seres. Ignorar isso é um atraso espiritual.
É DOLOROSO PERCEBER QUE ALGUNS ESPÍRITAS PODEM APOIAR O FIM DE PROGRAMAS DE DEI.

Allan Kardec nos ensinou que o verdadeiro espírita é aquele que aplica o Evangelho em suas ações diárias. Apoiar medidas que perpetuam a exclusão é desviar-se dos ensinamentos de Jesus e da essência do Espiritismo.
Justificar essas decisões com argumentos como "a meritocracia é suficiente" é ignorar as desigualdades estruturais que tornam o ponto de partida de muitos extremamente desvantajoso. Não é politização discutir inclusão; é moralização da convivência humana.
O Espiritismo nos ensina que a humanidade caminha para um mundo de regeneração, onde os valores do amor, da justiça e da fraternidade serão a base de nossas relações. Decisões que caminham na contramão da inclusão atrasam esse progresso.
É nosso dever, como cidadãos e espíritas, apoiar iniciativas que promovam a diversidade e combater retrocessos. Que as palavras de Jesus nos inspirem:
"O que fizerdes a um destes meus pequeninos, é a mim que o fazeis" (Mateus 25:40).
Construir um mundo mais inclusivo é responsabilidade de todos nós. O momento para agir é agora. Apoiar o contrário é ficar à mercê das trevas e suas pautas extremistas, que, nos últimos tempos, tendem a dominar o mundo na contramão.


Regih Silva

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