27 de outubro de 2025

“O ESPIRITISMO NÃO PAROU EM KARDEC, NEM COMEÇOU EM CHICO — ELE É O CRISTO EM MARCHA”



O verdadeiro Espiritismo sempre terá como fonte segura e primária a Codificação Kardequiana, e, em seguida, toda a obra de Francisco Cândido Xavier, que representa o seu complemento natural e progresso legítimo.

Essa verdade, porém, muitos que se dizem espíritas ainda rejeitam — e o fazem, infelizmente, por ignorância ou preconceito. O motivo é simples: Chico Xavier é Allan Kardec reencarnado.

Não há — repito, nada — em toda a obra de Chico que esteja em desacordo com Kardec. Aqueles que afirmam o contrário incorrem em dois equívocos: má-fé ou erro de interpretação.

É verdade que Kardec não mencionou termos como Umbral, ovoídes, colônias espirituais ou animais no plano espiritual. Mas, convenhamos: também a Bíblia não traz literalmente a palavra reencarnação, e, no entanto, todo o seu contexto, do Velho ao Novo Testamento, fala dessa realidade espiritual. Tudo é questão de saber ler nas entrelinhas.

Se tais temas não foram abordados explicitamente por Kardec, é porque o Espiritismo com ele não estava concluído. Trata-se, afinal, de uma doutrina progressiva, aberta às novas revelações conforme a maturidade moral e intelectual da humanidade.

Alguns ainda dizem: “Mas Chico e Kardec tinham personalidades distintas.”

Não é uma verdade absoluta. 

Quem já leu as 'Viagens Espíritas, as Revistas Espíritas' e as cartas pessoais de Chico Xavier, perceberá claramente que a maneira de ambos escrever e raciocinar é a mesma.
Além disso, mesmo que fossem diferentes, onde estaria o problema?

Desde quando evoluir significa repetir os mesmos padrões de comportamento em todas as existências? A reencarnação é justamente a oportunidade de aprimorar e diversificar nossas expressões humanas.

Portanto, reafirmo o que disse desde o início: Não há Espiritismo verdadeiro sem Kardec e Chico. São duas missões complementares, duas etapas de uma mesma obra divina de esclarecimento da humanidade.

Cuidado com todos os que dizem o contrário.
Esses estão a serviço de seus próprios egos, e não da verdade.

Sobre isso, Chico Xavier certa vez declarou com sabedoria:

“Muitos Espíritos têm reencarnado em nosso meio apenas com o propósito de fazer confusão… Eu não sei como é que conseguem galgar altos postos na Doutrina…Embora sejam dirigentes de Centros, entravam o avanço do Movimento… Em minha vida de médium, tenho me deparado com muitos ‘companheiros’ assim… A gente nunca sabe com que intenção eles se aproximam.
Emmanuel me ensinou a identificá-los pelo brilho do olhar…
Muitos deles, a vida inteira, estiveram à minha volta, espreitando os meus menores movimentos.”


Esses Espíritos, infelizmente, continuam reencarnando e espalhando inverdades.
Atacam Chico, chamando-o de “santo dos espíritas”, “papa do espiritismo” ou criador do “chiquismo”. Mas não se enganem — quem ataca Chico, ataca também Kardec e, em última instância, Jesus. Exemplos disso não faltam: Valdo Vieira, Felipe Morel e outros tantos que se desviaram do eixo moral da Doutrina e hoje promovem o distanciamento da essência cristã do Espiritismo.

Que possamos, pois, permanecer fiéis à linha segura traçada por Allan Kardec, confirmada e desenvolvida pelo trabalho da Espiritualidade Maior, através de Chico Xavier. Somente assim o Espiritismo continuará sendo verdadeiro em sua pureza e luz.


Regih Silva

20 de outubro de 2025

EXUS E POMBAS- GIRAS, ILUMINADOS? SÓ SE FOR PELA LANTERNA DA ILUSÃO.

 

Fico perplexo e, confesso, espiritualmente cansado — ao ver certos “espíritas” defendendo com entusiasmo quase místico que Exus e Pombas-Giras são “espíritos de luz”. Parece que quanto mais Kardec ensina, menos o povo lê.
Pois bem — se for verdade, esperemos que a boca tenha bom estômago para digerir a responsabilidade que vem junto.
Desde Allan Kardec, farol da razão espiritual, sabemos que os espíritos inferiores também podem fazer o bem, mas isso não os transforma em anjos de última hora.

Em O Livro dos Médiuns, capítulo XXIV, item 267, o Codificador é taxativo:
“Os Espíritos inferiores podem, às vezes, dizer coisas boas, e mesmo verdadeiras; mas não por isso deixam de ser Espíritos inferiores.”
(KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Cap. XXIV, item 267.)

Ou seja: um espírito pode até realizar boas ações, mas isso não significa que já tenha alcançado as esferas da luz. Muitos apenas cumprem ordens ou buscam reabilitação perante a própria consciência.

Em O Céu e o Inferno, Kardec descreve com precisão a condição dos espíritos sofredores, mostrando que as paixões e vícios humanos não desaparecem com a morte.

Ele escreve: “Ainda dominados pelas paixões terrenas, conservam os mesmos pensamentos, os mesmos gostos e os mesmos desejos.”
(KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Segunda Parte, cap. II – Espíritos Sofredores.)
Portanto, aqueles espíritos que se manifestam sob nomes simbólicos e demonstram comportamentos humanos acentuados — vaidade, orgulho, sensualidade, teatralidade — estão, de fato, ainda presos à esfera das sensações terrenas.
São nossos irmãos em aprendizado, merecedores de respeito, mas ainda longe da pureza espiritual que define um espírito de luz. Sem esquecer que tais espíritos se apresentam como realizadores do bem como do mal.
Chico Xavier, em suas entrevistas, demonstrou o mesmo discernimento:
“Os espíritos que trabalham nos terreiros, em sua grande maioria, são aqueles que ainda guardam grandes necessidades das sensações terrenas. São nossos irmãos, merecedores de respeito e carinho, mas não se trata de espíritos superiores ou puros.”
(Chico Xavier – Entrevista no Programa Pinga-Fogo, TV Tupi, 1971.)

Eles ajudam, vigiam, protegem, resgatam, muitas vezes sob ordens superiores, Como ensina André Luiz em Libertação e Nos Domínios da Mediunidade, existem entidades que operam em zonas sombrias sob o comando de espíritos superiores, agindo como verdadeiros “vigilantes do umbral”. São úteis e dedicadas, mas ainda em processo de ascensão.

Reconhecer que esses irmãos podem auxiliar no bem é justo;
chamá-los de “espíritos de luz”, porém, é uma fantasia piedosa.
A luz verdadeira é silenciosa, despretensiosa e nasce do amor desinteressado — não da teatralidade mediúnica ou da força bruta de um espírito ainda preso às sombras que quando medianizados: Se apresentam com falatórios chulos, além de ingerirem drogas como fumo e bebidas alcoólicas e enaltecerem a vaidade e o orgulho.Contudo, Chico Xavier, sempre o educador das almas, resumiu o espírito cristão do Espiritismo ao dizer: “Não devemos julgar nem condenar nenhuma crença. Cada uma tem o seu valor e o seu tempo.”

E aqui está a chave de ouro: respeito, sim; confusão doutrinária, não.

O Espiritismo é luz serena — não precisa de sincretismos ou rituais para revelar o Cristo.

Enquanto alguns acendem velas para “espíritos de luz”, prefiro seguir acendendo a lâmpada da razão que Kardec deixou acesa há mais de um século — e que muitos insistem em apagar com a fumaça do misticismo declarando-se espíritas. Para esses, em nome da doutrina, peço: retornem para a evangelização infanto- juvenil, para ontem.

Regih Silva

13 de outubro de 2025

ALÉM DA SAUDADE: O QUE ACONTECE COM NOSSOS ANIMAIS DEPOIS DA MORTE, SEGUNDO O ESPIRITISMO?



 
Quinta passada perdi meu caçula pet. Estava conosco há menos de quatro meses. Do nada, parou de comer, não adiantaram os remédios e, na minha presença, deu seus últimos suspiros com dor e morreu. Cena muito doída para mim, não pela morte em si — visto que, desde muito tempo, já fiz as pazes com a ideia da partida — mas pela saudade que ainda persiste. Um ser tão minúsculo, ele era um pincher. Mas de uma ternura grandiosa. Enfim... Mas o que aconteceu com ele depois? Bem, segundo a Doutrina Espírita, a morte não é o fim, nem para nós, nem para os animais.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos (questões 597 a 602), ensina que os animais possuem um princípio inteligente em processo de desenvolvimento. Eles não raciocinam como o homem, mas sentem, amam, sofrem e aprendem. Após a morte, esse princípio sobrevive e entra em um estado de repouso, antes de reencarnar novamente. Não têm consciência plena da própria individualidade, mas estão sob a tutela da sabedoria divina, evoluindo passo a passo.

Chico Xavier, em consonância com Emmanuel, afirmou que os animais possuem alma e sobrevivem à morte física. São acolhidos por entidades espirituais em colônias dedicadas à fauna, onde repousam e são amparados até nova reencarnação. Em Nosso Lar, André Luiz também faz referência à presença de animais no plano espiritual, demonstrando que a vida continua em múltiplas expressões. Chico dizia: “Deus não deixaria sem amparo uma criatura que ama. O amor é a energia que sustenta a vida, em todos os reinos da criação.”

Esses laços de amor não se rompem. É comum que animais queridos retornem ao mesmo lar, junto daqueles a quem se afeiçoaram, dando continuidade a um aprendizado mútuo entre homem e animal. André Luiz explica que o princípio inteligente percorre inúmeros estágios até atingir a razão. Por isso, o pequeno cão que parte não deixa de existir: apenas repousa em outro plano, envolto em vibrações de ternura, como uma criança acolhida após o cansaço.

Quando amamos um animal, criamos um vínculo fluídico real, que pode ser sentido mesmo após a morte. Às vezes percebemos sua presença, sonhamos com ele feliz, e isso não é ilusão: é o eco natural do amor que permanece. Nenhum sentimento é perdido, e o amor é sempre instrumento de elevação. O nosso dever é agradecer pela oportunidade de convivência com esses pequenos mensageiros da ternura divina.

Portanto, o meu pincher não desapareceu. Ele apenas retornou ao plano espiritual, onde repousa e se refaz, cercado de carinho. Um dia, talvez volte ao meu convívio pela lei da afinidade. Como disse Emmanuel, pela mediunidade de Chico Xavier: “O amor é a presença de Deus em nós. Nenhum amor é inútil. Nenhuma ternura é desperdiçada.” E assim, a saudade, embora doa, se transforma em esperança serena — pois, no Universo de Deus, a vida não termina: apenas muda de forma.

Até breve Gueguel!


Regih Silva


7 de outubro de 2025

A DOR QUE SE REPETE: LUTERO, HITLER E A TENTAÇÃO DE OPRIMIR




Há verdades espirituais que só se revelam quando olhamos além da superfície da história. Entre elas, está a trajetória do espírito que conhecemos como Martinho Lutero — reformador, teólogo e homem de coragem, mas também portador de sombras antigas que o acompanharam de existência em existência.

Se aceitarmos a leitura espiritual de que Lutero foi outrora o rei Saul e, depois, o apóstolo Paulo de Tarso, compreenderemos que sua alma sempre se moveu entre dois polos: a fé e o poder, a luz da revelação e o orgulho religioso. Saul governou o povo hebreu com o impulso do domínio; Saulo perseguiu os cristãos em nome da Lei; e Lutero, já reformador do Evangelho, voltou a manifestar a intolerância — agora contra os próprios filhos de Israel. O mesmo impulso de querer definir quem é digno ou não de Deus, apenas mudando de cenário e de dogma.

Seus escritos tardios, profundamente antissemitas, foram sementes lançadas no inconsciente coletivo da Europa cristã. Séculos mais tarde, germinaram em terreno fértil de ódio e fanatismo, inspirando mentes adoecidas — entre elas, a de Adolf Hitler. O Führer via em Lutero uma voz ancestral que legitimava a perseguição aos judeus. Assim, o antissemitismo teológico transformou-se em antissemitismo racial, e a intolerância espiritual de um homem se converteu, tragicamente, em um dos maiores crimes da humanidade.

Mas o Espiritismo nos ensina que a história não é um tribunal eterno de culpas, e sim uma escola de almas. O espírito de Lutero, assim como todos nós, é aluno da vida, aprendendo com os erros que ele mesmo semeou. E onde o ódio um dia foi proclamado em nome da fé, o amor, mais cedo ou mais tarde, retornará em forma de reparação.

A Doutrina Espírita, em contraste com o exclusivismo teológico que alimentou essas tragédias, reconhece no povo hebreu uma das expressões mais elevadas da Providência Divina. Israel não foi um povo escolhido por privilégio, mas por missão: guardar a centelha do monoteísmo e preparar a humanidade para a vinda do Cristo. Emmanuel, em A Caminho da Luz, recorda que os hebreus foram “a chama viva da revelação divina”, destinada a manter acesa a fé num Deus único quando o mundo mergulhava na idolatria e na violência.

Por isso, o Espiritismo vê no povo hebreu não um povo rejeitado, mas um tronco espiritual do qual brotaram o Evangelho e a própria revelação que hoje compreendemos como terceira revelação. Da Lei de Moisés ao amor do Cristo, e deste à luz da Doutrina Espírita, há uma sequência de aperfeiçoamento e não de substituição.

O Cristo não fundou religiões — fundou a fraternidade. E a missão de cada revelação é conduzir-nos um passo mais perto dessa verdade universal. Lutero cumpriu sua parte ao libertar consciências do jugo da Igreja medieval; mas, ainda preso a antigas paixões, não alcançou a visão cósmica do Evangelho integral, que não separa o homem pelo credo, pela raça ou pela tradição.

O tempo e a reencarnação farão o restante. O espírito que foi Saul, Paulo e Lutero, um dia voltará — não mais com a espada da palavra ou a ira da fé, mas com a serenidade de quem enfim compreendeu que todos os caminhos sinceros conduzem ao mesmo Pai. E quando isso acontecer, talvez o antigo reformador encontre entre os filhos de Israel os irmãos que um dia combateu, agora unidos na construção do Reino de Deus sobre a Terra.

E é justamente à luz dessa compreensão espiritual que se faz necessário um apelo aos nossos dias: o povo hebreu — que por séculos suportou perseguições, humilhações e o terror do extermínio — não pode, agora, repetir o ciclo que um dia o feriu. O sofrimento que marcou sua história deveria ser o fundamento da compaixão, não o combustível da violência. Transformar a dor em arma é negar o sentido sagrado da própria existência.

Hoje, diante do cenário de destruição e morte em Gaza, é impossível calar. O povo que recebeu de Deus a missão de guardar a fé não pode converter-se em instrumento de aniquilação. Onde houve choro, que surja misericórdia; onde houve cativeiro, que floresça justiça. A verdadeira vitória de Israel não será militar, mas moral — quando provar ao mundo que a fé em Jeová é também amor pela vida de todos os povos.

Porque, se o povo hebreu, tão massacrado ao longo da história, se permite agora tornar-se exterminador de outros povos, concretiza-se a triste profecia humana: o sonho do oprimido é tornar-se opressor. Que a lembrança do passado desperte a responsabilidade do presente. 

Que a fé, que sustentou um povo no deserto, seja agora o caminho da reconciliação. E que o Cristo, espírito soberano da Terra, inspire a todos — judeus, cristãos e muçulmanos — a única reforma que realmente importa: a do coração.

Porque o Cristo não pertence ao cristianismo.
Ele pertence à humanidade inteira.



Regih Silva

1 de outubro de 2025

A Reencarnação: Entre Ciência e Memórias que não se apagam



Quando ainda hoje, em pleno século XXI, com telescópios que perscrutam os confins do Universo e sondas que visitam Marte, escuto estudiosos ou leigos afirmarem que não existe prova da reencarnação, confesso que fico surpreso. Alguns dizem com veemência: “A ciência nada provou!” Mas me pergunto: qual ciência? A da NASA, só se for! Porque se falamos da ciência da vida, da alma e da consciência, já temos muito mais elementos do que se imagina.

Aqui mesmo no Brasil, um homem se destacou como pioneiro no estudo científico da reencarnação: Hernani Guimarães Andrade. Engenheiro e pesquisador sério, Hernani dedicou décadas à investigação de casos de lembranças espontâneas de vidas passadas. No livro Reencarnação no Brasil: Oito Casos que Sugerem Renascimento, ele documenta casos com depoimentos, documentos oficiais, registros históricos e comparações minuciosas. Não eram apenas “histórias de gente crédula”, mas investigações com método e seriedade. Em outra obra, Você é a Reencarnação, Hernani ampliou seu campo, trazendo centenas de relatos consistentes e estudados. Já em Renasceu por Amor, explorou histórias marcantes como a do Padre Jonathan, que teria reencarnado como Kilden — mostrando continuidade de personalidade, lembranças e até registros feitos pela própria mãe. Hernani mostrou ao Brasil e ao mundo que a reencarnação não é uma crença solta no vento, mas um campo legítimo de estudo científico.

Em 1971, tivemos um encontro histórico. Chico Xavier, Hernani Guimarães Andrade e o pesquisador indiano Dr. Hemendra Nath Banerjee — especialista em estudar crianças que se lembram de vidas passadas, com mais de mil casos catalogados na Índia — estiveram juntos. Banerjee ouviu Chico relatar experiências espirituais, memórias extrafísicas e lembranças de outras vidas. O cientista ficou tão impressionado que, emocionado, chamou Chico de holy man, ou seja, um “homem santo”. Era o encontro entre ciência e espiritualidade, mostrando que, em qualquer lugar do mundo, o fenômeno das lembranças de outras vidas merece respeito.

E não pensemos que esses relatos ficaram no passado. No Brasil, em 2023, um caso chamou atenção: o pequeno Rafael, catarinense de apenas 4 anos. Para surpresa dos pais, ao começar a falar, não balbuciou palavras em português, mas em inglês. E mais: rejeitava falar a língua da família. Como explicar uma criança brasileira, sem contato prévio, desenvolver naturalmente uma língua estrangeira? Nos Estados Unidos, um caso ganhou grande repercussão. Um menino chamado Cade começou a ter pesadelos constantes sobre edifícios altos, aviões e explosões. Relatava com detalhes que trabalhava em um prédio de onde podia ver a Estátua da Liberdade. Dizia ter sido um bombeiro durante o atentado de 11 de setembro, descrevendo a queda, os escombros e até a sensação de estar soterrado. Essas memórias surgiram antes mesmo de frequentar a escola, impressionando a família pela riqueza de detalhes e pela insistência com que eram narradas.

No campo religioso, muitos ainda insistem em dizer — alguns até gritam (e o grito, sabemos, é quase sempre filho da ignorância) — que se a reencarnação existisse, estaria na Bíblia. Ora, mas
está! Não com o nome “reencarnação” — termo criado por Allan Kardec no século XIX — mas em expressões como “renascer”, “ressuscitar em carne”, e outros contextos que deixam claro o sentido de continuidade da alma em novos corpos. Quem deseja aprofundar-se pode recorrer ao livro do estimado José Reis Chaves: Reencarnação na Bíblia, que apresenta, com riqueza de citações, como o tema esteve presente desde os primeiros tempos do Cristianismo.

Permitam-me uma confidência: dos meus quatro aos nove anos, eu mesmo era atormentado por lembranças de outra vida, de outro rosto, de outro tempo. Ficava diante do espelho, tentando “tirar” o rosto atual como se fosse apenas uma máscara. Não consegui, é claro, mas a experiência me ensinou que somos muito mais do que a imagem refletida no vidro. Somos espíritos eternos, viajores de muitas eras e terras, vivendo uma experiência passageira em cada corpo que habitamos.

Diante de tantos relatos, pesquisas, memórias espontâneas e estudos sérios, negar a reencarnação é fechar os olhos para uma realidade que insiste em se revelar. A reencarnação é o mais belo testemunho do amor divino: uma nova chance de aprender, reparar, amar e evoluir. Seja nas investigações de Hernani Guimarães Andrade, nos encontros históricos de Chico Xavier com pesquisadores, nas lembranças recentes de crianças brasileiras e estrangeiras, ou até nas minhas próprias memórias de infância diante de um espelho, o recado é o mesmo: a vida não termina com a morte, e a reencarnação é o fio que costura nossas existências no tear da eternidade.


Regih Silva

22 de setembro de 2025

A LUZ É MAIOR: DIÁLOGO EM TEMPOS DE CRISES






Muitas vezes me entristeço, até me revolto, ao ver os rumos que o Brasil vem tomando com tanta gente extremista na política. Quando isso acontece, recorro ao irmão menor. Desabafo, falo tudo o que me indigna... e, no fim, ele me responde com a calma de sempre:

— “Entendo... Maior é Jesus! Glória a Deus.”

Na hora quase perco a paciência, mas logo ele completa:

— “Acalma-te. Jesus continua no comando. Ele nunca nos deixou. E conta com os trabalhadores do bem, que no final são a maioria. As trevas podem se espalhar e até achar que venceram, mas serão derrotadas pela Luz Divina que tem o custume de tudo revelar.

É isso. Estamos vendo as trevas darem os últimos suspiros. Estão na UTI, mas ainda conscientes, e nesse estado conseguem influenciar muitos que falam de Jesus com a boca, mas o mantêm distante do coração. São os fariseus modernos, os sepulcros caiados de Mateus 23:27.

Por isso, guarde seu texto sobre a “Alvorada da Data Limite”. Mostre apenas depois das eleições de 2026. Até lá, não perca a fé na humanidade. O bem é maior em número e qualidade. Estamos, sim, a caminho da regeneração. 

O Brasil não precisa de conchavos que protejam corruptos, mas de justiça verdadeira. A missão que foi destinada ao nosso país pelo Cristo continua de pé. E essa missão não combina com impunidade. O povo sabe, sente em seus corações, quem é o verdadeiro regente. Ele, antes de partir, fará o seu sucessor. Aguardemos, mas sem cruzar os braços. É hora de vigiar, orar e agir.''

Depois de ouvir seus apontamentos, só posso querer compartilhar com vocês e acrescentar: Anistia, não! Nem em sonho a PEC da blindagem? Ou seria da bandidagem?


Regih Silva






16 de setembro de 2025

SÓ SERVE, QUANDO É COM UM LADO: QUE-QUE-HÁ-LHO?




Confesso que nunca havia escutado falar no tal Sr. Kirk. Só soube dele porque foi morto e, ironicamente, da mesma forma que semeava. A Lei de Causa e Efeito, meus amigos, não falha. O que plantamos, mais cedo ou mais tarde, floresce. E quando floresce, às vezes vem com espinhos tão afiados que nem Freud explica. O que realmente me surpreendeu não foi o fato em si, mas a reação no Brasil. Os mesmos grupos extremistas que já desejaram câncer e morte para Dilma, morte para Lula, soltaram rojão na partida de dona Marisa, ironizaram o falecimento do neto dela, debocharam do acidente de Boechat, vibraram com o assassinato da Marielle e do motorista Anderson, e zombaram da doença da Preta Gil e Paulo Gustavo.agora surgem como arautos da moralidade. Condenam qualquer um que ousar rir da tragédia, como se fossem os fiscais da empatia, protetores exclusivos da compaixão. Hipocrisia pouca é bobagem. É como o açougueiro reclamar do cheiro de sangue. E como dizia aquele humorista: “Que-que-há-lho?” Parece que a polarização virou religião, com direito a dogmas, templos digitais e dízimos pagos em curtidas e ódio. 

Agora, do ponto de vista espírita, vamos lembrar: a morte não canoniza ninguém. Ninguém vira santo só porque devolveu o corpo à Terra. O espírito leva consigo exatamente o que construiu em vida. Se odiava, continua odiando. Se amava, continua amando. O desencarne é apenas a troca de roupa. E sem o peso da carne, a alma fica até mais livre para se conectar às mentes que vibram na mesma faixa. Eis aí o perigo: espíritos rancorosos encontram eco em corações rancorosos. E o ciclo se perpetua. 

Portanto, a questão não é rir ou chorar da morte de alguém. Embora, rir e torcer, sejam atitudes nada cristã. A verdadeira reflexão é: o que estou alimentando em mim? Estou vibrando em ódio, repetindo ironias cruéis, mesmo quando disfarçadas de “justiça”? Ou estou cultivando compaixão, não para parecer santo aos olhos dos outros, mas para construir paz em mim mesmo? Na grande mesa da vida, cada um traz o tempero da alma. Uns servem luz, outros servem fel…  

Como espíritas, sabemos que ninguém escapa das próprias construções espirituais. O desencarne é apenas o início de uma nova etapa da colheita. E a nós, que seguimos encarnados, resta a escolha: alimentar a polarização que nos envenena ou escolher a serenidade, que nos liberta. Porque, afinal, como diria Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” E cá entre nós, já passou da hora de começar a escrever um final menos hipócrita e mais humano para essa história coletiva. Lembrando, que condemanos quqlquer extremismo, seja de onde vier.


Regih Silva