A Doutrina Espírita, alicerçada no Evangelho de Jesus e nos ensinamentos dos Espíritos Superiores, não compactua com qualquer tipo de violência, seja ela sexual, doméstica ou psicológica. Pelo contrário, propõe a justiça, o respeito à dignidade humana e a proteção dos mais vulneráveis, conforme ensina a máxima do Cristo: “Não façais aos outros o que não quereis que vos façam” (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 4).
Diante dessas agressões, o espírita não deve se omitir ou justificar o sofrimento com a lei de causa e efeito. Embora o passado espiritual possa influenciar as experiências da existência atual, tal conhecimento jamais deve servir para validar o mal ou manter alguém em situação de dor. Deus é justiça, mas também é amor, e seu propósito é a evolução dos Espíritos, jamais a perpetuação do sofrimento.
O QUE FAZER DIANTE DA VIOLÊNCIA?
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Denunciar e buscar ajuda – Toda forma de abuso e violência deve ser comunicada às autoridades competentes. O silêncio, muitas vezes, perpetua o sofrimento e fortalece o agressor. Como nos ensina o Espírito Emmanuel: “Compadecer-se não significa compactuar” (Livro da Esperança, Cap. 20).
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Apoiar e acolher a vítima – O espírita deve se posicionar ao lado da vítima, oferecendo apoio emocional, espiritual e, se possível, material. Jesus sempre acolheu os sofredores, jamais os ignorou ou os submeteu a mais dor.
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Procurar auxílio profissional e espiritual – A saúde mental e física deve ser prioridade. Além de terapias convencionais, o Evangelho no Lar, a oração e o passe magnético são recursos valiosos para o fortalecimento espiritual.
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Não se submeter a relacionamentos destrutivos – O matrimônio ou laços familiares não são grilhões espirituais imutáveis. Allan Kardec esclarece que os Espíritos podem se unir por afinidade, mas também podem estar ligados por provas e expiações. No entanto, jamais a espiritualidade impõe que alguém permaneça em um ambiente destrutivo (O Livro dos Espíritos, questões 695-697).
E O PERDÃO?
O perdão, dentro da visão espírita, não significa conivência com o erro nem convivência obrigatória com o agressor. Perdoar é libertar-se do ódio e do desejo de vingança, mas isso não implica renunciar à justiça. O próprio Cristo ensinou a buscar a reconciliação, mas jamais incentivou a submissão ao mal.
O Espírito Joanna de Ângelis ensina: “O perdão é libertação para quem o concede, porque se desvincula da sombra do passado” (O Homem Integral, Cap. 9). Assim, a vítima, ao perdoar, livra-se do peso emocional do sofrimento, mas isso não anula a necessidade de responsabilização do agressor perante as leis humanas e divinas.
Contudo, o espírita deve ter uma postura ativa contra qualquer forma de violência. A omissão ou a crença de que "é um resgate necessário" são distorções dos princípios espíritas. A justiça humana deve ser acionada, e o agressor deve responder pelos seus atos. O perdão é um processo interior de libertação, mas nunca deve ser confundido com a aceitação do mal.
A verdadeira caridade, conforme ensina o Espiritismo, é agir em favor do bem, protegendo os inocentes e amparando os necessitados. Assim, o espírita, inspirado pelos exemplos de Jesus, deve ser um agente de transformação, combatendo o sofrimento e promovendo o respeito à dignidade humana.
Como bem nos alerta Joanna de Ângelis:
“Ama sempre, mas não te permitas relacionamentos conflituosos sob a justificativa de que tens a missão de salvar o outro, porque ninguém é capaz de tornar feliz aquele que a si mesmo se recusa à alegria de ser pleno.”
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